Contactado pela agência Lusa, António Ramos afirmou que «estar sempre a organizar processos disciplinares é estar constantemente a desautorizar as forças de segurança» e que «os agentes já têm medo de intervir na reposição da ordem pública» porque «há sempre queixas».
Num despacho divulgado hoje, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, refere que a abertura do processo de inquérito irá permitir apurar o que se passou tanto em relação às agressões contra dois repórteres fotográficos (das agências Lusa e France Press) como contra a manifestante que, no Largo do Chiado, foi derrubada por elementos do Corpo da Intervenção da PSP.
A decisão do governante surgiu após o ministro ter recebido o relatório do processo de averiguações da Inspecção-geral da Administração Interna (IGAI) aos incidentes.
O presidente do SPP/PSP disse ainda que «muito se fala das agressões por parte de dois agentes a dois fotojornalistas, mas ninguém diz nada sobre o chefe de polícia que levou com uma garrafa na cara e que também recebeu tratamento hospitalar».
Os dois jornalistas, um da agência Lusa e outra da agência francesa AFP, ficaram feridos a 22 de Março em incidentes com as forças policiais no Chiado, em Lisboa, enquanto recolhiam imagens da manifestação organizada pela Plataforma 15 de Outubro, no âmbito da greve geral convocada pela CGTP.
A 23 de Março, o director nacional da PSP instaurou um processo de inquérito e uma auditoria operacional para averiguar a actuação policial na manifestação.