"É altura do diretor nacional da PSP explicar aos polícias qual foi o verdadeiro trabalho presentado ao MAI para definitivamente se desmistificar o clima instalado dentro dos postos policiais", disse o presidente do SPP, Mário Andrade, numa conferência de imprensa para manifestar "a rejeição total" à proposta do Governo de alteração ao estatuto profissional da Polícia de Segurança Pública.
Segundo o SPP, após a divulgação da proposta gerou-se "um clima de instabilidade, insatisfação e revolta" entre os polícias, uma vez que viram "goradas as expetativas anunciadas e criadas" pelo ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
Mário Andrade adiantou que ainda não se conhece a proposta apresentada pela direção nacional da PSP à tutela, pelo que deviam ser dadas explicações junto dos polícias.
"Só assim é que se conseguia ver se a direção nacional tem algo a ver com esta proposta ou se apresentou uma proposta que o MAI não aceitou. Aí ficaríamos a saber se é o MAI que está contra os polícias ou se será a direção nacional que também não defende corretamente os polícias", sustentou.
Porém, Mário Andrade considerou que a direção nacional "nunca apresentaria uma proposta" que não defendesse os interesses dos polícias.
O sindicalista disse também que "todos os sindicatos da PSP estão unidos", estando marcada uma reunião conjunta para 20 de março para "delinearem estratégias de negociação" com o MAI e possíveis ações de protestos.
Sobre a realização de uma manifestação de polícia, o presidente do SPP afirmou que o projeto de estatuto vai ser negociado, podendo o MAI alterá-lo, estando as ações de protesto dependentes da reunião dos sindicatos.
A proposta do MAI prevê a criação dos postos de agente-coordenador e chefe-coordenador e a dispensa do trabalho noturno dos polícias com mais de 58 anos, mantendo o pedido de passagem à pré-aposentação aos 55 anos de idade ou 36 anos de serviço.
O MAI quer reduzir os dias de férias, aumentar a carga horária para as 40 horas semanais e criar um novo regime de avaliação, além de não prever qualquer alteração nos níveis remuneratórios.
O presidente do SPP disse ainda que o diploma apresentado "não contempla qualquer reconhecimento ou compensação pelas exigências da especificidade da condição policial".
Todos os sindicatos da PSP já se manifestaram contra a proposta apresentada pela ministra Anabela Rodrigues.
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