01/05/2011

Agredidos sete GNR numa noite



A noite de sexta-feira foi negra para os militares da GNR em serviço. De norte a sul, pelo menos sete guardas foram agredidos com violência. O caso mais grave aconteceu em Castro Verde, Beja, onde um militar sofreu um traumatismo depois de levar com uma bola de bilhar na cabeça ao tentar pôr cobro a desacatos no interior de um bar. Outros dois, que reforçaram a patrulha, acabaram por ser agredidos com garrafas de vidro.
Ainda na mesma noite, dois militares foram empurrados e agredidos enquanto socorriam uma mulher que tinha sido espancada pelo marido, em Marco de Canaveses. De resto, foram agredidos mais dois militares, um em Ovar, por um homem já alcoolizado; outro durante uma operação de fiscalização em Pêro Pinheiro, Sintra. Este guarda levou vários socos na cara.
Segundo o CM apurou ontem junto de fonte da GNR, por dia são agredidos três militares em serviço. Uma média, garante a fonte, com preocupação, que tem aumentado de ano para ano. É que, salienta, de 2009 para 2010 houve um aumento na ordem dos dez por cento no que respeita a agressões a militares. Na PSP a situação não é diferente.
Todos os militares receberam tratamento hospitalar na sequência das agressões. Um dos agredidos no Lucky Bar, em Castro Verde, teve de ser suturado na cabeça com quatro pontos. Tinha ainda várias escoriações no corpo. Já os agressores foram detidos, mas todos acabaram por sair em liberdade. "Aquilo parecia uma verdadeira batalha campal", relatou ontem ao Correio da Manhã um popular que assistiu à situação em Castro Verde.
"REINA A IMPUNIDADE"
Na apresentação do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), no início deste mês, o juiz-desembargador Antero Luís, secretário--geral do Sistema de Segurança Interna, referiu que em 2010 foram agredidos 1024 polícias, entre a GNR e a PSP. No entanto, as associações sindicais não se conformam com os números, e falam no dobro. "Os comandos, quer da PSP quer da GNR, por norma, só reúnem informações sobre agressões mais graves, que implicam internamento", diz ao CM António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP). "Existem polícias que são agredidos mas, como não vão ao hospital, não fazem parte da estatística. Isto acontece muito em situações de violência doméstica. Nota-se que as vítimas confiam nas autoridades, mas os polícias acabam afectados."

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