Imagem do comandante é importante para a polícia
Investigação Criminal pode estar comprometida
(A ASPP/PSP está preocupada com os meios e a eficácia da polícia) reconquista
A qualidade do serviço desenvolvido pela Esquadra de Investigação Criminal (EIC) do
Comando da PSP de Castelo Branco pode estar comprometida, segundo reconhece o
presidente da Associação Sócio Profissional da Polícia (ASPP/PSP).
Paulo Rodrigues reuniu com os órgãos distritais daquela estrutura sindical, para “fazer
uma análise dos problemas específicos de Castelo Branco, se bem que não são muito
diferentes dos comandos da PSP do resto do país”.
Um dos capítulos preocupantes refere-se à Investigação Criminal. “Há uma viatura
descaracterizada que está parada, na Esquadra da Covilhã, mas há outras a circular no
limite, por falta de capacidade orçamental para reparações. Quando as viaturas são
essenciais para um bom serviço, são dos equipamentos que fazem mais falta para um
serviço eficaz e de qualidade”, explica Paulo Rodrigues.
Mas o desfalque dos meios materiais não são os únicos a preocupar, pois “a falta de
meios humanos também reforça a perda de eficácia e qualidade do serviço”.
Em Castelo Branco, nos últimos meses, a EIC perdeu já três, que foram mudados para
outros serviços, ou seja, perdeu tantos homens quantos, normalmente, forma uma
equipa. “A EIC faz um serviço extremamente importante, especializado e com provas
dadas, pois apresenta resultados, quer em número, quer em qualidade. Retirar-lhe
elementos é desvalorizar um dos serviços mais importantes da PSP”, esclarece Paulo
Rodrigues, acrescentando que “esta é uma preocupação também para a população, que
percebe estas fragilidades. E a redução deste tipo de efetivo também pode por em causa
a resposta de um serviço tão específico”.
Esta situação tem-se agravado com o alegado mau estar que se tem vivido no Comando
de Castelo Branco da PSP. “Este mau estar também preocupa a ASPP/PSP. Temos
recebido reclamações de polícias, mas também de cidadãos, sobre a forma como o
comandante de Castelo Branco exerce a sua tarefa. Já transmitimos essas preocupações
ao diretor nacional, de quem esperamos uma atenção e resposta adequada ao problema.
Queremos transmitir confiança à população, não só através dos comportamentos dos
agentes policiais que andam na rua, mas também através da figura do comandante. Se
houver uma má imagem do comandante na região não é benéfico nem para a polícia,
nem para a segurança dos cidadãos”, reconhece Paulo Rodrigues.
Castelo Branco tem agora instalações dignas para os polícias e para os cidadãos, “mas
os problemas da polícia não são só meios físicos e materiais, os meios humanos também
importam”. A dificuldade financeira leva também a que haja outro tipo de desgaste,
também ao nível do material informático, com prejuízo dos serviços administrativos. A
isto junta-se a média de idades no Comando de Castelo Branco da PSP, “muito
avançada, tal como é característica dos comandos do interior, o que também prejudica
uma polícia que se quer avançada, dinâmica e proativa”.
Paulo Rodrigues espera que o Ministério da Administração Interna inicie de novo o
diálogo com a ASPP/PSP, que terminou em janeiro. “Se o silêncio da tutela significa
ignorar os polícias e os problemas que evitam um trabalho de excelência, podemos sair
de novo à rua em protesto”, avança o presidente da ASPP/PSP.
Lídia Barata
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