É uma iniciativa inédita que ambiciona prevenir futuros tumultos no bairro da Bela Vista (Setúbal), como o que em Maio de 2009 deixou esta zona da cidade a "ferro e fogo" ao longo de cinco dias, com tiros contra a esquadra local da PSP, além de carros e contentores do lixo incendiados. O Sindicato Profissional da Polícia (SPP) juntou-se ao Centro Cultural Africano (CCA) e aos Sapadores de Bombeiros para criarem um gabinete de gestão de conflitos, habilitado a "mediar" situações problemáticas.
O projecto surge depois das associações que representam os moradores do bairro se terem "cansado" de esperar pelo designado Contrato Local de Segurança, anunciado pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, aquando da passagem por Setúbal durante os conflitos iniciados a 8 Maio de 2009. A ideia visava a criação de programas que mantivessem os jovens ocupados, mas perante o impasse, assegura ao DN Carla Jaene, presidente do CCA, "tornou-se necessário fazer qualquer coisa pelos próprios meios."
Aliás, o presidente do SPP, António Ramos, garante que "o Governo só se lembra destes bairros quando há problemas, mas depois esquece logo tudo", pelo que o novo gabinete, que vai ficar sedeado no edifício do CCA localizado na Bela Vista, tem o objectivo de levar os mediadores ao encontro de eventuais desordeiros ao mínimo sinal de conflito que volte a existir.
O dirigente assegura que os conflitos de Maio de 2009 eram "mais que previsíveis", após o funeral de Antonino Santos, de 23 anos, um morador morto a tiro pela GNR, quando fugia de um assalto mal sucedido no Algarve. "Já se sabia que ia haver problemas graves, mas não houve qualquer contacto da polícia com os moradores para evitar o terror. A PSP não faz mediação, e é importante chegar às pessoas revoltadas logo ao primeiro sinal de conflito, e isso obriga a ter um contacto que gere confiança", alerta António Ramos.
Numa primeira fase, agentes da polícia e bombeiros vão começar por ouvir relatos dos moradores sobre as zonas mais críticas dos três bairros que compõem a Bela Vista (Amarelo, Cor de Rosa e Azul), revelando Carla Jaene que o SPP "vai disponibilizar uma mediadora de conflitos, que dará formação a jovens licenciados residentes."
De resto, o programa anunciado ontem é mais vasto, contemplando ainda a formação de 17 jovens licenciados, todos moradores do bairro, já a partir de Setembro, que depois começarão a dar aulas e a transmitir conhecimentos à população desempregada (a taxa supera os 23%), para que esta mais facilmente possa ter acesso ao mercado de trabalho.
"Os 17 jovens já inscritos vão frequentar a formação de formadores na Escola Profissional Almirante Reis, e depois vamos tentar mobilizar a população, que se tem mostrado muito interessada neste projecto", acrescenta Carla Jaene. A ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Helena André, já conhece o projecto, tendo-o encaminhado para o Instituto de Emprego e Formação Profissional, com quem os promotores deverão reunir na terça-feira. Uma das novidades passa pela criação, por parte do CCA, de um gabinete de microcrédito.
O projecto surge depois das associações que representam os moradores do bairro se terem "cansado" de esperar pelo designado Contrato Local de Segurança, anunciado pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, aquando da passagem por Setúbal durante os conflitos iniciados a 8 Maio de 2009. A ideia visava a criação de programas que mantivessem os jovens ocupados, mas perante o impasse, assegura ao DN Carla Jaene, presidente do CCA, "tornou-se necessário fazer qualquer coisa pelos próprios meios."
Aliás, o presidente do SPP, António Ramos, garante que "o Governo só se lembra destes bairros quando há problemas, mas depois esquece logo tudo", pelo que o novo gabinete, que vai ficar sedeado no edifício do CCA localizado na Bela Vista, tem o objectivo de levar os mediadores ao encontro de eventuais desordeiros ao mínimo sinal de conflito que volte a existir.
O dirigente assegura que os conflitos de Maio de 2009 eram "mais que previsíveis", após o funeral de Antonino Santos, de 23 anos, um morador morto a tiro pela GNR, quando fugia de um assalto mal sucedido no Algarve. "Já se sabia que ia haver problemas graves, mas não houve qualquer contacto da polícia com os moradores para evitar o terror. A PSP não faz mediação, e é importante chegar às pessoas revoltadas logo ao primeiro sinal de conflito, e isso obriga a ter um contacto que gere confiança", alerta António Ramos.
Numa primeira fase, agentes da polícia e bombeiros vão começar por ouvir relatos dos moradores sobre as zonas mais críticas dos três bairros que compõem a Bela Vista (Amarelo, Cor de Rosa e Azul), revelando Carla Jaene que o SPP "vai disponibilizar uma mediadora de conflitos, que dará formação a jovens licenciados residentes."
De resto, o programa anunciado ontem é mais vasto, contemplando ainda a formação de 17 jovens licenciados, todos moradores do bairro, já a partir de Setembro, que depois começarão a dar aulas e a transmitir conhecimentos à população desempregada (a taxa supera os 23%), para que esta mais facilmente possa ter acesso ao mercado de trabalho.
"Os 17 jovens já inscritos vão frequentar a formação de formadores na Escola Profissional Almirante Reis, e depois vamos tentar mobilizar a população, que se tem mostrado muito interessada neste projecto", acrescenta Carla Jaene. A ministra do Trabalho e Solidariedade Social, Helena André, já conhece o projecto, tendo-o encaminhado para o Instituto de Emprego e Formação Profissional, com quem os promotores deverão reunir na terça-feira. Uma das novidades passa pela criação, por parte do CCA, de um gabinete de microcrédito.
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