O mês de Abril de 2010, quando o Governo anunciou a antecipação de algumas medidas de austeridade no País, revelou algo mais para a psicóloga Sandra Coelho, ao serviço do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP). "A partir de Abril do ano passado notei um aumento enorme na procura de apoio psicológico por parte de elementos da PSP. Se antes desse mês eu acompanhava uma média de 20 a 22 agentes e respectivas famílias, a partir dessa altura passei a acompanhar 35 elementos e famílias", disse ao DN.
São "35 casos de risco" e de todas as idades, revela. A psicóloga que presta serviço no gabinete do SPP também notou outra mudança. "Hoje em dia nota-se que vão com um motivo encoberto para a consulta. Só depois com o acompanhamento consigo perceber o que os traz realmente ali. É frequente dizerem-me 'não estou a aguentar mais'. Ou seja, não verbalizam que têm vontade de praticar o suicídio mas traduzem a frustração por outras palavras."
Os profissionais da PSP que estão a ser acompanhados pela psicóloga do SPP "têm várias idades, dos que estão em início de carreira aos que se encontram na pré-reforma". Os problemas de uns e de outros são diferentes. "Para os mais jovens é o facto de estarem deslocados, com a família longe e o dinheiro que não chega. A solidão e a ansiedade aumentam a carga de stress e o sentimento de revolta. Sentem que a culpa é deles, não é do sistema, mas deles."
Os mais velhos são afectados pelo "cansaço e desgaste e por saberem que já só poderão reformar-se aos 60 anos". Alguns, devido às dificuldades monetárias, preferem não entrar de baixa médica. "Tenho casos de elementos com cancros e úlceras que não metem baixas porque ficam a ganhar menos e o dinheiro faz-lhes falta."
Para a maior estrutura sindical da PSP, a ASPP/PSP, os suicídios "continuam a ser uma preocupação", como refere o presidente, Paulo Rodrigues.
Os profissionais da PSP que estão a ser acompanhados pela psicóloga do SPP "têm várias idades, dos que estão em início de carreira aos que se encontram na pré-reforma". Os problemas de uns e de outros são diferentes. "Para os mais jovens é o facto de estarem deslocados, com a família longe e o dinheiro que não chega. A solidão e a ansiedade aumentam a carga de stress e o sentimento de revolta. Sentem que a culpa é deles, não é do sistema, mas deles."
Os mais velhos são afectados pelo "cansaço e desgaste e por saberem que já só poderão reformar-se aos 60 anos". Alguns, devido às dificuldades monetárias, preferem não entrar de baixa médica. "Tenho casos de elementos com cancros e úlceras que não metem baixas porque ficam a ganhar menos e o dinheiro faz-lhes falta."
Para a maior estrutura sindical da PSP, a ASPP/PSP, os suicídios "continuam a ser uma preocupação", como refere o presidente, Paulo Rodrigues.
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