O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) classificou hoje de "imoral" que os diretores de topo da PSP tenham aumentado em segredo os seus salários, uma situação revelada por uma auditoria da Inspecção-Geral de Finanças.
O Diário de Notícias destaca hoje que o diretor nacional, os "três diretores adjuntos e o inspetor nacional da PSP aumentaram-se a si próprios já no ano passado, colocando-se logo no novo regime remuneratório da polícia, deixando para trás a esmagadora maioria do efetivo que não transitou para esta tabela, que estava em vigor desde o início do ano".
"Os aumentos foram processados quando era diretor nacional o superintendente chefe Francisco Oliveira Pereira, que se aposentou em abril deste ano e o diretor nacional adjunto de operações e segurança, o superintendente chefe Guedes da Silva, atualmente o chefe máximo", explica o jornal.
O jornal diz ainda que a "Inspecção-geral de Finanças enviou o relatório para o Tribunal de Contas e fez um conjunto de recomendações à PSP para acabar com as irregularidades".
A auditoria foi pedido pelo ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, tendo sido levada a cabo entre o final do ano de 2010 e o início de 2011.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues, disse que a situação é "imoral" e lembrou que em janeiro de 2011 a principal reivindicação dos polícias era a de que todos passassem para as novas tabelas remuneratórias mas, o que não aconteceu.
"Foi uma das principais reivindicações que levaram a ASPP a desenvolver ações de protesto não só com o anterior Governo mas também com este", disse, frisando que esta situação "fere e acaba por beliscar" a coesão interna na PSP.
Paulo Rodrigues referiu que esta situação, da qual a ASPP já tinha conhecimento, "afasta claramente" a direção da polícia de todos os profissionais.
"Não podemos olhar para os nossos superiores com desconfiança e distância. Neste tipo de instituição como uma força de segurança pública é preciso estabilidade que vem da coesão e do espírito de união interna", salientou.
O presidente da ASPP/PSP adiantou ainda que a associação vai abordar estes assuntos com o Governo e com a direção nacional da PSP porque não podem existir "profissionais de polícia de primeira e outros de terceira".
Citado pelo Jornal de Notícias, o Sindicato Unificado da Polícia diz que quer a Procuradoria Geral da Republica investigue este caso.
Contactada pela agência Lusa, o porta-voz da PSP, Paulo Flor, disse que a direção-nacional não vai fazer quaisquer comentários.
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