Elementos do Corpo de Intervenção continuam a fazer «levantamento de rancho» e hoje inovam no protesto
Os elementos do Corpo de Intervenção da PSP em Lisboa concentraram-se, esta segunda-feira à tarde, junto às instalações, na Ajuda, «vestidos de preto» para protestar contra o corte do subsídio de serviço nas férias e baixas médicas, segundo os sindicatos, escreve a Lusa.
Cerca de 60 elementos, vestidos com camisolas pretas, aderiram ao protesto. Os elementos do Corpo de Intervenção (CI) começaram a concentrar-se às 17:00, quando o grupo saiu do serviço.
Recorde-se que os protestos começaram na semana passada com «levantamentos de rancho». Esta recusa em comer o almoço e o jantar vai continuar durante a semana, disse à Lusa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues.
Em causa está a não atribuição do suplemento especial de serviço no período de férias, baixas médicas e outras faltas ao serviço, passando o subsídio a ser pago apenas pelos dias de trabalho efectivo.
Todos os elementos da Unidade Especial de Polícia (UEP), onde está integrado o CI, recebem mensalmente cerca de 300 euros, sendo também atribuído um suplemento, com valor inferior, aos elementos da investigação criminal.«O levantamento de rancho» ao almoço e ao jantar pelos elementos do CI em Lisboa começou na passada quarta-feira, após terem tido conhecimento do despacho da Direcção Nacional da PSP sobre os cortes no subsídio de serviço.
Segundo o Paulo Rodrigues, o despacho do director nacional da Polícia de Segurança Pública surgiu após um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR). O presidente do Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL) também se juntou hoje, durante a hora de almoço, aos protestos.
Os protestos, que surgiram de forma espontânea e não contam com a colaboração de qualquer sindicato, vão continuar durante a semana, sendo cancelados caso seja dado «um sinal positivo» por parte da direcção nacional da PSP e apresente «um plano razoável para resolver o problema» dos polícias.
Manuel Morais, vice-presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e membro do CI, disse aos jornalistas que os polícias do CI estão «indignados» com os cortes no subsídio de serviço, suplemento que recebem desde a criação desta unidade.
«Só aplicam a lei naquilo que nos prejudicam», disse, adiantando que em princípio não serão aplicados os retroactivos, tendo a direcção nacional da PSP e o Ministério da Administração Interna «ultrapassado» essa questão, uma vez que os cortes entraram em vigor em Janeiro de 2010.
«Não queremos que a imagem da UEP seja beliscada, o que queremos é que se saiba que os polícias desta unidade estão infelizes, descontentes e não têm dinheiro para pagar as contas».
Por sua vez, Paulo Macedo, do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) e polícia na UEP, explicou que o suplemento de polícia foi criado «para colmatar a falha» dos serviços remunerados, trabalho feito pelos polícias das esquadras fora do horário de trabalho.
«Os elementos da UEP não podem fazer [serviços] remunerados, logo têm direito a este suplemento», disse, adiantando que este subsídio já não é actualizado há muito tempo.
A UEP é composta por cerca de 900 elementos, mais de 500 dos quais pertencem ao Corpo de Intervenção, sendo os elementos desta unidade os que mais têm protestado.
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