Os efectivos da PSP estão impedidos de gozar férias no período de 19 a 21 de Novembro, durante o qual terá lugar, em Lisboa, uma cimeira da NATO onde estarão presentes alguns dos principais políticos mundiais. O evento, que envolve uma operação de segurança inédita, é ainda responsável pelo adiamento da saída da polícia de cerca de 300 elementos.
A saída (pré-aposentação) dos polícias estava prevista para o dia 1 deste mês, tendo sido suspensa em consequência da falta de pessoal para desempenhar as diversas tarefas. Só após a cimeira, conforme apurou o PÚBLICO, é que deverá ser reavaliado o processo e estabelecida uma nova data para a passagem do pessoal à disponibilidade.
"Não faz muito sentido estar a dispensar 300 homens numa altura em que falta pessoal para fazer policiamento e quando se aproxima um evento que requer cuidados redobrados [cimeira da NATO]", comentou o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP). António Ramos lembrou, de resto, que nos dias da cimeira o comando da PSP de Lisboa até deverá ser reforçado com polícias vindos de outros comandos.
Fora de questão parece estar a tolerância de ponto no primeiro dia da cimeira. A hipótese, apresentada na edição de ontem do Diário de Notícias, acabou por ser desmentida ainda de manhã através de um comunicado colocado no site do Ministério da Administração Interna. "Tais factos não têm nenhuma correspondência com a verdade, porque nem o MAI se pronunciou sobre a matéria, nem ela foi tratada na reunião", refere o documento que refuta a notícia, segundo a qual a tolerância de ponto (apenas para os lisboetas) teria sido decidida após reunião em que intervieram os ministros da Administração Interna, Defesa e dos Negócios Estrangeiros, os quais estariam a acatar uma sugestão do Gabinete Coordenador de Segurança e da PSP.
Entretanto, o director nacional da PSP garantiu que já estão definidos os perímetros de segurança para a cimeira da NATO, tendo já sido criadas as directivas operacionais. "As informações vão chegando e vamos adaptando de acordo com as ameaças e os riscos que entretanto vão surgindo", afirmou Oliveira Pereira, sublinhando que a PSP já sabe quantas pessoas vão estar presentes na Cimeira da NATO.
Na Direcção Nacional da PSP realizou-se ontem uma reunião de preparação da cimeira, em que estiveram presentes todos os representantes das forças e serviços de segurança e serviços de informações, além do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes.
Questionado sobre quando está prevista a chegada dos blindados, cuja aquisição foi pensada para a cimeira, o director da PSP afirmou que a polícia está à espera que "cheguem a todo momento". "Espero que cheguem a tempo e estamos a planear tudo com base na vinda deles", disse, acrescentando que caso não cheguem para a cimeira "não há problema, porque naturalmente há outras soluções". Os seis blindadas fazem parte de um conjunto de equipamentos adquirido pela PSP e que representa um investimento de cinco milhões de euros.
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