O resultado, porém, é para já uma incógnita: «Se cada agente foi queixar-se ao seu médico, se foram 35 médicos diferentes a passar os atestados, dificilmente poderemos provar que fizeram um diagnóstico incorrecto ou tendencioso. Não há forma de, por exemplo, confirmar a veracidade e gravidade de uma indisposição, dor de cabeça ou enjoo».
Atestados de complacência?
O caso muda de figura se, pelo contrário, «um mesmo médico passou os 35 atestados ou, pelo menos, mais do que um». É que «esse clínico teria obrigação de perceber que a situação era suspeita. Ainda por cima se o fez no mesmo dia». Neste caso, garante o bastonário, poderá haver matéria disciplinar e os médicos em causa arriscam penas que podem chegar à suspensão, se tiverem antecedentes.
Questionada pelo SOL sobre a doença que ‘incapacitou’ em simultâneo tantos agentes, comprometendo, pelo menos durante um dia o serviço operacional numa esquadra central de Lisboa, a PSP argumentou que essa é uma informação clínica e, por isso, «confidencial» e que não foi tomada nenhuma medida, porque se tratou de uma «situação de doença comprovada por atestados médicos emitidos por profissionais de saúde». O que significa, conclui a mesma fonte, que «de acordo com a lei, as faltas estão justificadas».
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, não respondeu às perguntas do SOL e a Inspecção-Geral da Administração Interna alegou que o assunto só diz respeito à PSP.
sonia.graca@sol.pt
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