10/06/2010

Os nove sindicatos da PSP concordaram em fazer acções de protesto conjuntas



“O objectivo foi unir todos em torno do mesmo ideal. É necessário que todos puxem para o mesmo lado, porque a divisão [dos diversos sindicatos policiais] só tem prejudicado as reivindicações dos polícias”, afirmou ao PÚBLICO o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), António Ramos, e que foi a entidade que promoveu a reunião.

António Ramos é de opinião que os protestos isolados não só não transmitem a verdadeira força dos sindicatos da PSP como fazem com que o Ministério da Administração Interna (MAI) acabe por os menorizar. “Os polícias têm de ter consciência de que, se quiserem, podem parar o país. Em 1982, em Espanha, para que fossem legalizados os sindicatos policiais, as famílias dos polícias encheram os postos e quartéis durante dias. O Governo de Adolfo Suarez apercebeu-se da força que estava a enfrentar e tomou a decisão acertada de reconhecer os sindicatos e de negociar com eles. Em Portugal, se for necessário, os polícias podem acampar por tempo indeterminado no Terreiro do Paço [em frente ao MAI] só saindo para irem trabalhar, mas voltando sempre”, disse.

Os polícias têm vindo a desencadear diversos protestos contra o actual estatuto profissional, que lhes limita a progressão nas carreiras, mas também devido à sua integração no quadro da função pública, situação que lhes retirou regalias na saúde e até na aposentação. “Em todas as restantes forças de segurança [GNR, SEF e PJ] e até nas Forças Armadas, a idade de pré-aposentação é aos 50 anos. Na PSP temos actualmente 410 pedidos de pré-aposentação de polícias com 58 anos. Nas outras forças de segurança os familiares têm direito a assistência médica. Na PSP os familiares já não têm direito a nada e os próprios polícias, para além de descontarem mensalmente 1,5 por cento sobre o seu vencimento, ainda estão sujeitos a uma prestação de cuidados que muitas vezes é insuficiente”, afirma António Ramos.

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