21/04/2010

"secos e molhados"

Vários sindicatos da polícia assinalam hoje a carga policial de há 21 anos sobre elementos da PSP, conhecida por "secos e molhados", com uma concentração na Praça do Comércio e um debate para "reviver" o acontecimento.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), sindicato mais representativo na PSP, comemora a passagem dos 21 anos dos "secos e molhados" com um almoço evocativo em Lisboa e um debate para contar o que se passou na altura e fazer um "levantamento daquilo que mudou", disse à agência Lusa o presidente da ASPP.

Paulo Rodrigues adiantou que em 21 anos "parece que mudou muito pouco", tendo mudado a imagem da Polícia, mas as condições laborais mantêm-se.

Disse também que na altura as associações profissionais da Polícia de Segurança Pública (PSP) eram "perseguidas" e hoje os sindicatos são "desvalorizados".

No debate, que contará com a presença de deputados e os líderes das centrais sindicais UGT e CGTP, será realçada "a importância" da data para a Polícia e contado "tudo o que se viveu" a 21 de Abril de 1989.

Polícias que estiveram do lado dos "secos" e dos "molhados" vão também "reviver" o que se passou na altura.

Já o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP) realiza hoje à tarde, na Praça do Comércio, uma concentração.

Iniciativa que pretende assinalar a data, mas também uma ocasião que o SPP aproveita para reivindicar a "aposentação aos 36 anos de serviço ou 55 de idade", alargamento aos cônjuges do sistema de saúde da Polícia, regulamento disciplinar "justo" e "não ao congelamento dos vencimentos".

Por sua vez, o Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) optou por comemorar mais um aniversário dos "secos e molhados" com a entrega de um memorando no Ministério da Administração Interna.

No documento, o SINAPOL denuncia "perseguições" aos dirigentes sindicais e "utilização abusiva" do regulamento disciplinar da PSP.

O SINAPOL ameaça ainda recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem caso continue a ser "violado" o exercício da "liberdade sindical".

A 21 de Abril de 1989, os polícias exigiam liberdade sindical, uma folga semanal, transparência na justiça disciplinar com direito de defesa, melhores vencimentos e condições laborais.

A manifestação acabou em confrontos com o Corpo de Intervenção da PSP a lançar jactos de água e a usar bastões para dispersar o protesto dos polícias, na Praça do Comércio, enquanto a delegação de seis agentes que estava dentro do Ministério da Administração Interna para entregar um caderno reivindicativo acabou detida.
Lusa

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