14/11/2010

NATO: PSP recusa camaratas militares e quer hotéis

PSP recusa camaratas militares e quer hotéis
Os agentes que vêm de fora de Lisboa para a segurança da cimeira vão ter de usar fato e gravata para um policiamento "discreto".
A Direcção Nacional da PSP determinou que parte dos polícias destacados para a segurança da cimeira da NATO, que vêm de vários pontos do País, fiquem alojados em hotéis e não em instalações cedidas pelas Forças Armadas, o que acontece pela primeira vez. As camaratas cedidas pelos militares foram usadas pela PSP noutras ocasiões, como nas reuniões da Presidência da UE, mas os polícias reclamaram da falta de condições.
Mas as novidades não se ficam por aqui: a ordem de serviço enviada pela direcção desta força de segurança a recrutar polícias de quase todos os comandos do País exige, em alguns casos, que estes tragam consigo fato e gravata, para um policiamento discreto, à paisana. Segundo fontes policiais, este será o "uniforme" que deverão utilizar a maior parte do tempo da sua permanência em Lisboa. Mas, segundo o dirigente da Associação Sindical de Profissionais da Polícia (ASPP), "esta ordem está a causar alguns constrangimentos, pois há muitos polícias que não têm este tipo de vestuário disponível".
Em relação ao alojamento, o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, aplaude a medida. "Era uma reivindicação que já vínhamos a fazer há muito tempo. Os profissionais que vêm de outras zonas do País têm de ter condições de descanso, principalmente os condutores, que têm turnos muito exigentes, e isso não acontecia em muitas das instalações militares onde éramos colocados. Não havia condições mínimas e isso, por vezes, reflectia-se até na qualidade do nosso serviço", sublinha. "Ainda por cima", acrescenta, "não se percebia porque é que os profissionais de outras forças e serviços de segurança, quando são deslocados de outros pontos do País para Lisboa, ficam sempre instalados em condições razoáveis, em hotéis ou residenciais, e só os profissionais da PSP eram menosprezados. Portanto, isto é o mínimo que se pode fazer pelos nossos profissionais."
Ao que o DN apurou, os melhores "lugares" serão para os motociclistas e condutores que vão ficar instalados do Hotel Eduardo VII. Por outro lado, cerca de 70 polícias, que pertencem a oito equipas de intervenção rápida, vão ter como alojamento a pousada do Inatel, em Oeiras. O único edifício militar aceite para os polícias descansarem foram umas instalações da Academia Militar, na Amadora.
Está por saber quem vai pagar a conta. O DN perguntou à porta- -voz da estrutura de missão para a organização da cimeira, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que não respondeu.

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