Ministério das Finanças não aceitou pedido de um milhão para Serviços Sociais da PSP.
A Direcção Nacional da PSP gastou um milhão de euros nos primeiros três meses do ano para ajudar vários agentes endividados, quando a verba deveria chegar ao final de 2010. Em Abril, os Serviços Sociais foram mesmo obrigados a pedir um reforço de mais um milhão de euros para conseguir ajudar mais polícias até ao final desse mês, mas o pedido não foi aceite pelo Ministério das Finanças. A Direcção Nacional da PSP confirmou a situação.
O fundo que agora não chega para ajudar os polícias foi criado precisamente para apoiar os agentes que atravessam situações-limite, como não ter dinheiro para pagar contas. Depois de ser feito o pedido de ajuda, a situação do polícia é avaliada. Refira-se que todos os meses é descontado 1,5% do salário dos polícias para os Serviços Sociais.
Por sua vez, António Ramos, do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) mostra-se preocupado com a situação. "A PSP é sempre atacada e alvo de cortes. O que os governantes não percebem é que não se pode poupar em quem promove segurança, que é uma das preocupações maiores dos cidadãos que se vêem cada vez mais atacados e alvo da criminalidade violenta", disse.
MILHÕES EM GRATIFICADOS
O caso dos serviços gratificados é um dos mais controversos no seio da PSP. "Chegamos aos dois milhões de euros em dívidas aos nossos agentes, que trabalham por necessidade. Acumulam-se meses sem pagamento", acusa António Ramos do SPP. Do lado da ASPP, Paulo Rodrigues concorda. "Isso é inadmissível. Um caso flagrante que devia envergonhar o Governo", acusa. Os serviços gratificados são prestados pelos polícias fora do seu horário de serviço. Há vários polícias que apenas descansam em curtos intervalos para garantir mais dinheiro no final do mês. Os remunerados podem ser prestados ao MAI ou a entidades privadas. "O MAI continua a ser o pior pagador", finaliza Paulo Rodrigues.
GREVE NA POLÍCIA JUDICIÁRIA
Mantém-se a greve marcada para hoje dos investigadores criminais da Polícia Judiciária, que se prolonga até 15 de Janeiro, às horas extraordinárias. De segunda a sexta-feira, entre as 17h30 e as 09h00, fins-de-semana e feriados. A reunião de ontem, no Ministério das Finanças, "foi igual a outras", disse Carlos Garcia, da ASFIC.
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