Agentes das forças de segurança vão manifestar-se na terça-feira em frente à residência oficial do primeiro-ministro para alertar José Sócrates para os perigos de as medidas de austeridade serem prejudiciais para os profissionais e para a segurança dos portugueses.
Agentes da PSP, GNR, Polícia Marítima, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Guarda Prisional e ASAE vão concentrar-se na próxima terça-feira, a partir das 16 horas, para alertar para os perigos das "medidas impostas pelo Governo nos últimos anos" e para as eventuais repercussões das medidas de austeridade previstas para 2011.A decisão da concentração partiu da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, organismo que representa cerca de 35 mil polícias.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), explicou que as medidas que o Governo impôs aos profissionais das diversas forças de segurança "são prejudiciais para o funcionamento das instituições", criando "desmotivação" entre os profissionais que "se reflecte negativamente no trabalho prestado".
Entre as alterações recentes de "atropelo claro dos direitos dos profissionais", Paulo Rodrigues lembrou o fim das compensações salariais criadas para equilibrar "os fracos salários".
A CCP alerta agora para o "agravamento da situação" caso as medidas de austeridade previstas para 2011 venham a ser impostas às forças policiais: "Já não é apenas uma questão sócio-profissional, porque além dos direitos dos polícias estão também em causa os direitos dos cidadãos", disse Paulo Rodrigues.
O representante sindical lembra que sem dinheiro "será mais difícil para as instituições conseguirem continuar com a qualidade que é preciso", principalmente numa época em que "a grande criminalidade está em alta" e "a pequena criminalidade tem tendência a crescer".
A manifestação em frente à residência oficial de José Sócrates servirá para chamar a atenção do primeiro-ministro para o risco de "a segurança pública vir a ser prejudicada": "A redução da despesa pode vir a encarecer-nos em dobro no futuro", sublinhou o sindicalista.
Até terça-feira, a CCP espera ainda receber uma resposta do gabinete de José Sócrates no sentido de serem recebidos até ao final do ano para uma audiência, tal como solicitado a 4 de Novembro.
Entretanto, realiza-se hoje à tarde uma vigília de agentes da PSP em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, como forma de protesto pela falta de resposta de uma reunião pedida à tutela para debater o novo Estatuto Profissional da classe.
A vigília foi organizada por cinco sindicatos de polícia, nomeadamente o Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP) e a Associação Sindical de Oficiais de Polícia (ASOP/PSP).
Paulo Rodrigues disse à Lusa que a ASPP não vai participar na vigília, porque foi marcada anteriormente a concentração de terça-feira junto à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, também em Lisboa.
"A ASPP não participa, mas está solidária com essa acção, porque a ASPP apoia todas as lutas dos polícias em defesa dos seus direitos", precisou Paulo Rodrigues.
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