O ministro da Administração Interna disse hoje que “é muitíssimo estreito” o caminho para resolver o problema das forças de segurança em relação às novas tabelas remuneratórias, considerando “incompreensível” que esta matéria tenha sido tratada “com ligeireza”.
“O caminho que temos pela frente é muitíssimo estreito, não temos
recusado diálogo e o apelo à ponderação e ao bom senso de todos no
tratamento desta matéria, sem esconder que a situação é evidentemente
muito difícil”, disse aos jornalistas Miguel Macedo à margem da
assinatura de um protocolo para facilitar a obtenção de passaportes, em
Lisboa.
Questionado sobre a “Semana da Indignação dos Polícias”,
que hoje começa, o ministro da Administração Interna afirmou que
respeita os direitos das associações e sindicatos das forças de
segurança, adiantando que a paz pública não vai ser colocada em causa
com as acções de protestos previstas.
“Há um conjunto de acções
que estão marcadas, não creio que essas acções possam sair dentro
daquilo que é o normal da expressão de desencanto e de desilusão por
promessas que foram feitas e não foram cumpridas”, sustentou.
Os
profissionais das forças e serviços de segurança iniciam hoje a “Semana
da Indignação dos Polícias” para exigir ao Governo que os coloque nas
novas tabelas remuneratórias a que legalmente têm direito e que entraram
em vigor em Janeiro de 2010.
Miguel Macedo sublinhou que compreende “muito bem as aspirações que foram criadas aos membros das forças de segurança”.
“Acho
incompreensível que em relação a forças de segurança com a relevância
que têm, porque nelas está depositada a garantia de paz pública e
tranquilidade pública da comunidade, uma matéria deste relevo tenha sido
tratada com a ligeireza como foi”, realçou.
O novo sistema
remuneratório das forças de segurança teve uma aplicação “ínfima no
conjunto das pessoas abrangidas”. Segundo Miguel Macedo, em cerca de 49
mil agentes da PSP e militares da GNR, transitaram para as novas tabelas
remuneratórias aproximadamente 4.000.
O ministro adiantou que em termos globais a transição para as novas tabelas têm um custo total de 68,7 milhões de euros.
Convocada
pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e
Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, a
semana de protesto começa com uma reunião no Porto, onde vai ser feita
uma avaliação da actual situação, e termina no dia 28, em Lisboa, com
uma manifestação ou concentração.
Ao longo da semana, cada
estrutura representativa das forças e serviços de segurança vai promover
a suas próprias iniciativas de protesto.
A Associação Sindical
dos Profissionais da Polícia (ASPP), o maior sindicato da PSP, desafia
os polícias a passarem menos multas e a faltarem ao trabalho de forma
legal durante a semana de protesto.
Também a Associação dos
Profissionais da Guarda (APG), a estrutura mais representativa da GNR,
apelou a todos os militares desta força de segurança para que participem
na semana de luta, passando a mensagem que “dentro do quadro legal
devem exercer os seus direitos para demonstrar a indignação”.
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