14/09/2011

Miguel Macedo denuncia "gritante irresponsabilidade" do Governo Sócrates

Ministro da Administração Interna assume que ainda não sabe como resolverá o imbróglio das promoções na PSP e GNR, decididas pelo anterior Executivo.


O ministro da Administração Interna (MAI), Miguel Macedo , apresentou esta manhã no Parlamento o historial dos factos relacionados com as promoções na PSP e GNR , que o Governo suspendeu (concretizando o que está no Orçamento do Estado deste ano), acusando o Executivo de José Sócrates de "gritante irresponsabilidade", "eleitoralismo" e "leviandade total e completa".
Após uma longa exposição de factos que remontam ao verão de 2009, quando o anterior Governo avançou com os novos estatutos da PSP e da GNR e o novo regime remuneratório da Guarda, Macedo chegou à conclusão de que os anteriores governantes sabiam que os encargos financeiros dessas alterações (mais de 60 milhões de euros) não estavam acautelados, que não podiam ser cumpridos, e que apenas serviram intuitos eleitoralistas, tendo em vista as legislativas de outubro desse ano. Macedo lembrou, aliás, que foi o ministro Teixeira dos Santos quem ordenou que não fossem cumpridas as promoções previstas na nova legislação.

"Tripla irresponsabilidade"


Um problema que agora o Governo tem de resolver, mas ainda não sabe como. Não há verba para isso e ainda só passou para o novo quadro remuneratório uma pequena parte dos efetivos da PSP e da GNR que são afetados pelo novo quadro legal - no caso da GNR, há 21 mil efetivos à espera (apenas 1871 já passaram para o novo quadro remuneratório); na PSP foram promovidos 1146 elementos, mas 1858 estão à espera.
Tratou-se, segundo denunciou o ministro, de uma "tripla irresponsabilidade". "Primeiro, a irresponsabilidade de fazer aprovar em 2009 um quadro legal para a PSP e a GNR que se traduzia num brutal acréscimo de despesa para o Estado. Tudo em ano de crise económica e de descontrolo sério das finanças públicas. Tudo, apenas e só, porque estávamos em, vésperas de eleições."
Em segundo lugar, Macedo considerou que houve a "irresponsabilidade de fazer um simulacro de promessa de neutralidade orçamental para esta decisão", quando a medida, não só não era neutra como implicava um grande acréscimo de custos.
Por fim, a "irresponsabilidade de criar expectativas infundadas para a GNR e a PSP", uma vez que "passado o período eleitoral de 2009, já nada contava, já nada era importante". Macedo frisou que "foi a própria lei do Orçamento do Estado para 2011 que proibiu expressamente a aplicação das valorizações remuneratórias anteriormente aprovadas pelo Governo". Uma atitude que o ministro da Administração Interna considerou "chocante, imoral e inaceitável".
O PS reagiu invocando a degradação das condições económicas e financeiras, mas todos os outros partidos censuraram o anterior governo. Mesmo o PCP e o BE reconheceram a dificuldade de resolver o imbróglio. Mas, como dizia o comunista António Filipe, "o senhor ministro pode queixar-se de uma pesada herança, mas é o senhor o herdeiro"

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/miguel-macedo-denuncia-gritante-irresponsabilidade-do-governo-socrates=f673871#ixzz1XxwWmGMg
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Económico - RTP

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