E por isso não vai participar «directamente» nos protestos
O Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP) anunciou esta segunda-feira que «não participará directamente» nos protestos dos polícias a iniciar na quarta-feira, mas «compreende» os motivos da luta convocada pela maioria dos sindicatos das forças e serviços de segurança.
«A decisão agora anunciada funda-se no entendimento de que os sinais transmitidos pelo Governo parecem indiciar uma verdadeira vontade em resolver, pelo menos parcialmente, os graves problemas que assolam a Polícia de Segurança Pública (PSP) e os seus profissionais, considerando-se adequado aguardar mais alguns dias pela concretização dessa vontade», refere o SNOP em comunicado, depois de uma reunião realizada hoje.
O semanário Expresso escreveu no sábado que o «receio de uma situação explosiva e reivindicações salariais levam Governo a isentar o MAI [Ministério da Administração Interna] dos cortes [orçamentais] previstos para todos os ministérios» em 2012, adiantando que a verba é superior à deste ano.
No entanto, na semana passada, no Parlamento, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, disse que a margem de manobra para resolver o problema das tabelas remuneratórias na PSP e GNR é «muito reduzida».
A Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança realiza a partir de quarta-feira a «Semana da indignação dos Polícias» contra a existência de duas tabelas remuneratórias nas forças de segurança, protesto que termina no dia 28 com uma manifestação em Lisboa.
O maior sindicato da PSP, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), já começou a desafiar os polícias a passar menos multas e a faltar ao trabalho de forma legal na próxima semana.
Apesar de não aderir a esta iniciativa, o SNOP refere que «vê-se obrigado a compreender a posição assumida nesta fase pela ASPP e considera que a mesma, susceptível de implicar prejuízos significativos à actividade da PSP e indesejáveis no contexto actual, resultou da incapacidade da Administração em resolver problemas já há muito identificados e cuja resolução em muito contribuirá para serenar a família policial».
Entretanto, esta estrutura sindical, que representa a quase totalidade dos comandantes da PSP e os oficiais formados no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, marcou uma assembleia-geral extraordinária para sábado, destinada «a avaliar o panorama institucional e socioprofissional, bem como definir as medidas a adoptar em caso de necessidade».
A CCP é constituída pela Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação Sócio-profissional da Polícia Marítima (ASPPM), Sindicato Nacional dos Guardas Prisionais (SNGP), Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF-SEF) e Associação Sindical dos Funcionais da ASAE.
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