03/03/2014

Sindicato alerta para situação difícil de muitos polícias

por Agência Lusa, publicado por Susana Salvador~
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) alertou hoje para a situação difícil em que se encontram muitos polícias, que chegam a ter "carências do ponto de vista das necessidades mais básicas", como alimentação.
O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que "há polícias com dificuldades", não tendo ficado, por isso, surpreendido com os pedidos de apoio prestados, em 2013, pelos serviços sociais da Polícia de Segurança Pública.
Perto de 260 polícias recorreram ao gabinete de ação social da PSP no ano passado, dos quais 39 tiveram que ser auxiliados pelo gabinete de apoio ao endividamento, que apenas atua em "casos de extrema" emergência.
Os dados foram avançados à Lusa pelo secretário-geral dos Serviços Sociais da Polícia de Segurança Pública (SSPSP), superintendente Jorge Cabrita, que sublinhou o aumento dos pedidos "de natureza extraordinária, para situações extremas de emergência social".
Segundo os SSPSP, em 2013 recorreram ao gabinete de ação social 258 polícias, mais 12,1 por cento do que em 2012, ano em que 230 profissionais pediram apoio a este serviço.
"É a realidade que eu tenho conhecimento diariamente", sublinhou o presidente da ASPP, temendo que a situação "se agrave ainda mais" este ano devido aos cortes salariais.
Como exemplo das dificuldades, que chegam à alimentação, Paulo Rodrigues adiantou que recentemente a ASPP fez uma recolha de bens essenciais, como comida, roupa e livros escolares, que depois foram distribuídos pelos polícias que estão identificados como tendo mais carências.
O presidente do maior sindicato da PSP referiu também que há muitos polícias que têm vergonha em dar a conhecer a situação em que se encontram, recorrendo, muitas vezes, aos serviços sociais quando já se encontram numa situação limite.
Nesse sentido, a ASPP já organizou um debate no Porto e vai fazer outro em Lisboa para esclarecer os polícias sobre questões de endividamento e preveni-los para o futuro.
Paulo Rodrigues considerou também que os Serviços Sociais da PSP deviam ser mais céleres nas respostas aos pedidos dos polícias, além de terem que se adaptar às necessidades atuais.
"Os Serviços Sociais têm que direcionar os apoios para as necessidades dos polícias e, neste momento, são de cariz financeira", disse, defendo um maior apoio para os elementos da PSP que ainda não se encontram numa situação limite.

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