31/10/2010

Chefes da PSP não se opõem a adesão à greve

Os associados, delegados e dirigentes do Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP podem participar na greve convocada pelo Sindicato Nacional da Polícia para 19 e 20 de Novembro, durante a cimeira da NATO, e para 24 de Novembro, dia de greve geral.

«Relativamente ao pré-aviso de greve difundido pelo SINAPOL e na sequência das inúmeras questões que nos têm sido endossadas pelos nossos associados chefes em geral, pretendemos clarificar que não nos opomos a que os nossos associados, delegados e dirigentes se associem a essa forma de protesto, entendendo-a tão legal como qualquer outra», lê-se no comunicado do SNCC/PSP emitido após reunião da assembleia-geral.
19:29 - 31-10-2010
 

27/10/2010

82.º Aniversário da PSP de Castelo Branco

No próximo dia 29 será comemorado o 82.º Aniversário da PSP de Castelo Branco, o qual dará inicio pelas 08:00h com o Içar da Bandeira Nacional, entre outros haverá ainda a Imposição de Condecorações.




Dia 24 de Novembro há GREVE GERAL E nós?

SPP/PSP 

O Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP-PSP) decidiu convidar os vários sindicatos da PSP... 

CONVOCATÓRIA - ASSEMBLEIA GERAL

Nos termos da Lei e dos Estatutos, CONVOCO uma ASSEMBLEIA GERAL, para o dia 24 de Novembro de 2010 pelas 11h00, na Sede Nacional, sita na Avenida de Ceuta Sul, lote 5, loja 2, em Lisboa, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS.
 
 
1.     – Plano de Actividades e Orçamento para 2011
 
 
NOTA: Se há hora indicada nesta convocatória não estiverem presentes pelo menos 50 % dos membros convocados, a reunião terá o seu início 30 minutos depois, com qualquer número de presenças.
 
Com os melhores cumprimentos
 
Lisboa, 29 de Outubro de 2010
 
O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL
 
Fernando Manuel da Silva Tiago

POSIÇÕES REMUNERATÓRIAS

SPP/PSP 

TEM CHEGADO AO CONHECIMENTO DO SINDICATO QUE HÁ VÁRIAS SITUAÇÕES DE MAL POSICIONAMENTO NAS POSIÇÕES REMUNERATÓRIAS, PRINCIPALMENTE COM AS RECENTES PROMOÇÕES  

24/10/2010

Braga: Novos horários contestados na PSP

A imposição de novos horários, com um acréscimo de dez horas mensais, está a motivar descontentamento no seio do Comando Distrital de Braga da Polícia de Segurança Pública (PSP).
Os representantes de cinco estruturas sindicais da PSP reuniram-se, na passada sexta-feira, em Braga, para debater estas e outras mudanças que estão a ser implementadas.
Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP), Sindicato de Profissionais de Polícia (SPP), Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), Sindicato Unificado da Polícia (SUP) e Sindicato Nacional da Carreira de Chefes de Polícia estiveram representados na reunião.
Do encontro saiu a decisão de pedir esclarecimentos ao director nacional da PSP e solicitar a manutenção dos horários até agora praticados.
É um pedido por escrito e assinado pelas cinco estruturas sindicais que deve seguir, amanhã, para a Direcção Nacional da PSP. Os patrulheiros são os mais afectados pelos novos horários já que terão de dedicar mais 10 horas mensais, intercaladas no habitual turno de seis horas.
Os sindicatos falam de mais sacrifícios impostos aos agentes, com consequências no seu trabalho.
Em causa está a aplicação da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, que estabelece os regimes de vinculacão, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas.
As estruturais sindicais denunciam que o Comando Distrital de Braga da PSP é o único que está a impor os novos horários, questão que querem ver esclarecida pelo director nacional.
De acordo com o que foi possível apurar, já houve uma tentativa de implementar os novos horários, no Verão, mas a aplicação foi adiada e deverá iniciar-se no próximo mês de Novembro.
Se as pretensões não forem atendidas, os vários sindicatos equacionam avançar com formas de luta.

Polícia e Cavalheiro

Um dia na vida de João Cavalheiro, 30 anos, agente da PSP natural de Viana do Castelo e destacado em Lisboa 

A pronúncia do Norte não vem arrumada na mala da roupa nem é prenúncio de nada – ao contrário do que cantava a música dos GNR – a caminho de Lisboa. Se alguma coisa significar a distância é o vínculo à farda da PSP que João Cavalheiro veste sete dias por semana em cada turno de seis horas.
A migração não acrescentou dinheiro à carteira – tão-pouco ajudou à estabilidade familiar – mas justifica a vontade de trabalhar na polícia, sonho tão antigo como os bancos da escola de Viana do Castelo, terra onde cresceu e casou – e onde espera ver os filhos nascer assim haja oportunidade de regresso.
A DORMIR PASSA RÁPIDO
Não há nada de ‘CSI’ ou companhia na vida de Cavalheiro. A começar pelo transporte. É meio dia e meia hora e nem sinal da "carreira" que o traz para a capital do País, onde está destacado há quatro anos – numa altura em que a PSP tem estado debaixo dos holofotes mediáticos. Mais tarde Cavalheiro há-de confessar que a viagem de cinco horas e meia é suportada "a dormir, quer para cá, quer para lá, para passar mais rápido".
É tarefa a que se dedica sem grande dificuldade, daí os olhos semicerrados com que nos recebe à hora de almoço de uma quinta-feira, quando faltam seis horas para começar o ‘giro’ nas ruas de Benfica, no carro-patrulha da esquadra da zona, e outras seis passaram desde que a mulher o deixou no autocarro e lhe disse adeus por mais sete dias. A sms que envia da rodoviária não ocupa muitos caracteres: ‘Já cheguei’, escreve sempre.
"Infelizmente", Diana Cavalheiro, que conheceu "através de amigos comuns", estava de folga no supermercado Ponto Verde e não puderam passar o dia juntos dada a escala de trabalho que o esperava a 380 quilómetros.
Ao contrário da pronúncia, a ‘marmita’ tem lugar cativo na mala vermelha. Bem acomodada em cima da roupa para 15 dias – "trago sempre de sobra para o caso de ter mais serviço" – está a "tupperware com o almoço que a minha mulher me mandou" e que com sorte, ou com falta de apetite, chegou mesmo para o jantar. "Trago febras e arroz, mas ela não faz de propósito, é o que faz lá para casa". A carteira agradece na mesma o empenho da cara-metade.
"É uma forma de poupar, mas nos outros dias também não vou a sítios caros – costumo ir ao Pingo Doce comprar a comida já pronta, bananas e pão; ao restaurante Franguinho e também ao McDonald’s". Porque o ordenado do agente não esbanja euros numa altura em que as vacas estão magras para a maioria das profissões – os cerca de 900 euros que recebe por mês são difíceis de esticar. Vale-lhe o tempo frio, "porque no Verão tem de ser comida que não se estrague" – o que limita o leque de possibilidades. A roupa é igualmente preparada por Diana, na véspera de partir para mais uma semana.
"As mulheres têm mais jeito para deixar tudo dobradinho". A timidez desvenda que está pouco habituado a revelar a logística familiar que passa mais pelas mãos da mulher do que pelas dele. Cavalheiro é homem de poucas palavras dentro e fora da esquadra – a sugestão de que partilha confidências com o colega de quarto fá-lo abanar a cabeça. "Para as saudades tenho o telemóvel. Com o meu colega falo do dia de trabalho. Ele não é casado, por isso tem uma vivência diferente".
O agente também não gosta de futebol, "apesar de simpatizar com o Benfica", por isso não é na bola que o encontramos em conversa de café. Entretêm-no jogos de computador e filmes armazenados no portátil para quando a jornada acaba. "O meu preferido é ‘A Vida é Bela’ e não tem violência nem polícias. Se choro a ver? Não, mas minha mulher sim". Na televisão, o ‘Quem Quer Ser Milionário’ afasta-lhe o sono do sofá, como também acontece com a série "‘CSI’, que tem muita acção embora, felizmente, a realidade não seja assim".
TRABALHAR E POUPAR
Cavalheiro não se demora em conversas à chegada à Divisão – a pressa de chegar ao quarto é muita. "Tem duas camas e uma casa de banho. Costuma estar desarrumado". A falta de privacidade não impede o espaço de granjear preferências em hora de lazer. "Quando não estou a ver filmes ando nos sites de leilões e de compra e venda de carros, mas é só para entreter". O Saxo "fraquito" está na garagem "da vivendita, em Viana, para não se estragar" e poupar na gasolina.
Encostada a mala a um canto do quarto acanhado, ruma à sala de refeições onde o microondas requenta o almoço depois das curvas da viagem. Quando Cavalheiro começou a trabalhar na PSP instalou-se na Divisão por 25 euros/mês. Um ano depois viu-se obrigado a ceder lugar a novos agentes, tanto que nos dois anos seguintes passou por três apartamentos antes de conseguir regressar. "Pagava cerca de 130 euros, mais água, luz e gás, era caro. E também partilhava quarto com colegas, por isso não compensava".
Arredada a privacidade, nunca é a mulher que o visita. "Mesmo que só tenha um dia de folga não deixo de ir ao Norte e até podia estar no Algarve que ia com a mesma frequência. É lá que estão as minhas coisas". É lá também que espera ver crescer uma horta "no futuro, quando houver dinheiro". Muito do que é dito evoca em quem ouve os emigrantes portugueses lá fora: "Estou aqui para trabalhar. Trabalhar e poupar. Fui eu que escolhi assim por isso não me posso queixar de nada, é a minha vida".
A equação casa-trabalho, trabalho-casa não lhe é alheia, com a diferença de que dorme no sítio onde trabalha. Daí que da Lisboa onde aterrou pouco saiba.
"Só conheço Benfica [onde faz as ronda de trabalho] e a rodoviária. Destes sítios podem-me perguntar as ruas todas, do resto não". Percorrer o mapa da capital quando o tempo é livre de compromissos está fora de questão. "Gasta-se muita gasolina para ver a cidade. E se for de transportes só fico a conhecer as estações, não vale a pena".
Não desconhece o sabor dos pastéis de Belém, as Docas e os Jerónimos, mas não são sítios a que pondere voltar. Nas últimas férias elegeu para descanso a cidade onde nasceu e só na lua-de-mel se aventurou para lá da fronteira. "Fui a Tenerife porque é parecido com Viana, tem praia, campo e animação. Se a minha terra tem tudo para quê ir para fora gastar?"
A adaptação à capital, onde nunca se imaginara a morar, não foi tão fácil como a vontade de vestir esta pele. "É 180º diferente, não há comparação. Lá é calma e sossego, aqui as pessoas andam sempre com pressa. Mas o que é certo é que muitas vêm de lá de cima para ganhar a vida, tal como eu, se bem que lá até podia estar a ganhar mais". Ele que antes da farda tinha um emprego estável, numa brigada da autarquia, tal como o pai – "andava na rua, abria e fechava buracos, punha tubos; era mais desgaste físico, na polícia é mais psicológico".
Estava a pisar o limite de idade, 26 anos, quando decidiu arriscar o sonho de criança. "Quando fui buscar o ingresso foi a primeira vez que entrei numa esquadra, nunca tinha tido problemas com a lei". À mulher prefere não contar os dias "para não a preocupar. Tive alguns sustos, nada de mais, mas ela não sabe. Se bem que nunca fui agredido e graças a Deus nunca tive de disparar a arma." Apesar da invocação católica não é praticante. "Só vou a missas nos casamentos".
RESOLVER OCORRÊNCIAS
Não se atreve a fazer comparações de feitio entre lisboetas e nortenhos para não atiçar rivalidades: "Como em Lisboa só falo com as pessoas nas ocorrências, elas estão sempre alteradas por isso não dá para ver bem. E pronto". O ponto final avisa que o começo de turno está próximo. O relógio marca as 18h00, a fome não ameaça mas ainda assim tem de jantar. Voltam as febras à mesa da ‘messe’ antes do banho e troca de roupa.
As fardas não lhe são estranhas – já vestiu a dos bombeiros voluntários no passado. "São duas profissões que têm riscos mas nos bombeiros tive mais situações complicadas. Não me considero um herói, simplesmente gosto de resolver as ocorrências". A primeira da noite não exige sirenes – "é uma abertura de porta. Temos de ir confirmar se a pessoa mora mesmo na casa". À falta de papel, Cavalheiro escreve a morada ditada na palma da mão. O café no snack-bar Flor da Tília, com três colegas, ajudou a afastar o sono que poderia vir com a madrugada.
O carro passeia-se pelos becos de Benfica enquanto o rádio continua a debitar um alfabeto indecifrável a estranhos, mas a noite segue tranquila. "Isto hoje vai ser calmo", anuncia. O telefone apressa-se a contrariá-lo. "Parece que está a haver consumo de estupefacientes numa casa abandonada". O aparato revelou-se no local "falsa chamada, falso alarme", depois de uma investida ao último andar de um prédio de realojamento social.
De regresso à esquadra, os únicos civis são da Domingo e um casal alcoolizado que não se aguenta nas cadeiras. É 01h00. Seis horas depois o despertador tratará de interromper o descanso para mais um recomeço. Para o ano, "quem sabe" estará no Porto, mais perto de casa, a aumentar a prole. Enquanto a distância não encurta, a rodoviária é palco de partidas e chegadas. À ida para Viana, troque-se o nome da visada e a banda sonora pode bem ser dos Xutos & Pontapés: ‘E vou correndo para ti, Maria’.
A TROPA HABITUOU-OS À DISTÂNCIA
Cavalheiro não herdou de ninguém a vocação para a farda. "Se bem que a minha mãe diz que o meu avô foi da polícia, mas não sei se foi polícia polícia ou polícia militar". Cavalheiro coça a cabeça mas não desarma. Quando disse aos pais que sonhava com a PSP, não o tentaram conter: ‘se queres ir, vai’ – disseram-lhe.
A mulher, com quem casou já depois de migrar para Lisboa, terá dito coisa igual. "Já estávamos habituados porque quando eu fui para a tropa obrigatória já namorávamos. Foram seis meses por isso estamos habituados a lidar com esta distância".
NOTAS
SALÁRIO
O ordenado sem descontos é 789 euros/mês mais suplementos: serviço, patrulha, turno piquete (215 euros).
FARDA
Os artigos da farda cuja aquisição é obrigatória custam, no total, cerca de 500 euros. Alguns são de desgaste rápido.
PORTARIA
Farda da PSP está a ser renovada. Já se pode usar gorros em vez de bonés. Um boné custa 38,50 euros.
SUBSÍDIO
Comparticipação anual do fardamento começa a ser paga este mês às prestações, num total de 150 euros.
EFECTIVO
O efectivo da Polícia de Segurança Pública é maioritariamente masculino: 92,9 por cento são homens.
IDADE
A idade média do efectivo policial masculino é de 39,3 e a do efectivo feminino situa-se nos 38,8 anos. 

22/10/2010

Segurança da cimeira adia saída de polícias

Segurança reforçada na cimeira com polícias de outros comandos

Os efectivos da PSP estão impedidos de gozar férias no período de 19 a 21 de Novembro, durante o qual terá lugar, em Lisboa, uma cimeira da NATO onde estarão presentes alguns dos principais políticos mundiais. O evento, que envolve uma operação de segurança inédita, é ainda responsável pelo adiamento da saída da polícia de cerca de 300 elementos.

A saída (pré-aposentação) dos polícias estava prevista para o dia 1 deste mês, tendo sido suspensa em consequência da falta de pessoal para desempenhar as diversas tarefas. Só após a cimeira, conforme apurou o PÚBLICO, é que deverá ser reavaliado o processo e estabelecida uma nova data para a passagem do pessoal à disponibilidade.

"Não faz muito sentido estar a dispensar 300 homens numa altura em que falta pessoal para fazer policiamento e quando se aproxima um evento que requer cuidados redobrados [cimeira da NATO]", comentou o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP). António Ramos lembrou, de resto, que nos dias da cimeira o comando da PSP de Lisboa até deverá ser reforçado com polícias vindos de outros comandos.

Fora de questão parece estar a tolerância de ponto no primeiro dia da cimeira. A hipótese, apresentada na edição de ontem do Diário de Notícias, acabou por ser desmentida ainda de manhã através de um comunicado colocado no site do Ministério da Administração Interna. "Tais factos não têm nenhuma correspondência com a verdade, porque nem o MAI se pronunciou sobre a matéria, nem ela foi tratada na reunião", refere o documento que refuta a notícia, segundo a qual a tolerância de ponto (apenas para os lisboetas) teria sido decidida após reunião em que intervieram os ministros da Administração Interna, Defesa e dos Negócios Estrangeiros, os quais estariam a acatar uma sugestão do Gabinete Coordenador de Segurança e da PSP.

Entretanto, o director nacional da PSP garantiu que já estão definidos os perímetros de segurança para a cimeira da NATO, tendo já sido criadas as directivas operacionais. "As informações vão chegando e vamos adaptando de acordo com as ameaças e os riscos que entretanto vão surgindo", afirmou Oliveira Pereira, sublinhando que a PSP já sabe quantas pessoas vão estar presentes na Cimeira da NATO.

Na Direcção Nacional da PSP realizou-se ontem uma reunião de preparação da cimeira, em que estiveram presentes todos os representantes das forças e serviços de segurança e serviços de informações, além do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes.

Questionado sobre quando está prevista a chegada dos blindados, cuja aquisição foi pensada para a cimeira, o director da PSP afirmou que a polícia está à espera que "cheguem a todo momento". "Espero que cheguem a tempo e estamos a planear tudo com base na vinda deles", disse, acrescentando que caso não cheguem para a cimeira "não há problema, porque naturalmente há outras soluções". Os seis blindadas fazem parte de um conjunto de equipamentos adquirido pela PSP e que representa um investimento de cinco milhões de euros.

16/10/2010

PSP voltou a não pagar subsídio de fardamento e já deve 2,75 milhões

A Direcção Nacional da PSP não pagou os subsídios de fardamento ao seu efectivo e, ao contrário do que havia prometido no mês passado, também não devolveu as quantias aos polícias que eram credores do já extinto Fundo de Fardamento. A dívida, só em relação aos meses decorridos desde o início do ano, ronda os 2.750 milhões de euros.


Existem cerca de 22.000 polícias que têm verbas em atraso desde Janeiro. Muitos destes polícias são ainda credores do Fundo de Fardamento, o qual foi extinto pela Direcção Nacional. Este fundo permitia a aquisição de fardamento mesmo para quem não tivesse verba (cada polícia descontava mensalmente 5,45 euros). Para os efectivos que fizeram compras sem possuírem dinheiro, as quantias devidas foram retiradas dos respectivos vencimentos desde Junho. Aqueles que tinham montantes a haver não sabem quando recebem e se recebem.

“Sou polícia e estou a ser roubado pelas minhas chefias. A PSP deve-me mais de 600 euros. Esse dinheiro é meu, porque fui eu que o descontei, durante anos, para o Fundo de Fardamento. Acabaram com o fundo e não devolveram o dinheiro a ninguém, mas já o foram retirar aos que eram devedores. Quero saber onde está o meu dinheiro e quero que mo devolvam. Até lá só posso dizer uma coisa: são ladrões”, disse ontem ao PÚBLICO um agente da 3ª Divisão de Lisboa. “Não posso ser identificado porque senão ainda sou castigado. Já basta ser roubado...”, acrescentou.

A revolta dos polícias acentuou-se na quinta-feira, quando se soube que nos boletins de vencimento deste mês também não foram processados os respectivos subsídios. É que a 23 de Setembro, numa altura em que cinco sindicatos da PSP estavam a promover uma concentração por tempo indeterminado junto ao Ministério da Administração Interna, o director nacional da PSP e o secretário de Estado responsável pelas polícias garantiram, como forma a garantirem a desmobilização, que todos os pagamentos iriam ser efectuados.

“Quando extinguiram o Fundo de Fardamento, que não era actualizado desde 1987, prometeram pagar a quem era credor, mas nunca o fizeram. Depois, arranjaram uma fórmula nova. Comprometeram-se a pagar um total de 150 euros a cada polícia em 2010 e, até agora, não pagaram um tostão a ninguém. Esta verba deve subir 50 euros por ano até 2013, altura em que chegará aos 300 euros anuais, que mesmo assim é muito pouco para quem tem de pagar as fardas”, comentou ontem o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), António Ramos.

Da parte da direcção nacional da PSP, de acordo com fonte contactada pelo PÚBLICO, a resposta para a falta de pagamento é simples: a verba não foi inscrita no orçamento anual.

António Ramos entende que esta argumentação em nada contribui para solucionar o problema e lembra que enquanto a PSP foi contemplada, no seu orçamento do ano passado, com cerca de 200 milhões de euros, a GNR acabou por receber mais de 600 milhões. “Na GNR, pelo que sei, não há atrasos no pagamento de subsídios. Talvez esta seja a altura certa para se pensar na fusão das duas polícias. Poupava-se dinheiro, porque se evitava a duplicação de funções, e até se dava alguma segurança à opinião pública”.

Castelo Branco: Loja assaltada por dois indivíduos encapuzados Hoje

Castelo Branco, 16 out (Lusa) - Dois indivíduos encapuzados assaltaram hoje à tarde uma loja de materiais de construção, em Castelo Branco, disse a PSP. Os dois assaltantes ameaçaram os funcionários com uma arma de fogo, retiraram uma quantia em dinheiro não especificada e fugiram numa motorizada, acrescentou a polícia. O assalto ocorreu cerca das 17:00. O caso foi entregue à Policia Judiciária.

Maxmat de Castelo Branco assaltado por dois indivíduos encapuzados

Dois indivíduos encapuzados assaltaram na tarde de sábado a loja de materiais de construção Maxmat, de Castelo Branco.
Segundo a PSP de Castelo Branco o assalto aconteceu cerca das 17 horas, com os autores a ameaçarem os funcionários com uma arma de fogo, levando consigo uma quantia de dinheiro não especificada.
Os assaltantes puseram-se em fuga numa moto.
A PSP tomou conta da ocorrência e o caso está agora entregue à Policia Judiciária.
O caso é em todo semelhante a um outro ocorrido a 30 de Julho no Recheio- Cash & Carry de Castelo Branco, situado a poucos metros da loja hoje assaltada.
Também aqui dois indivíduos assaltaram à mão armada as instalações e puseram-se em fuga numa moto.

14/10/2010

SPP propõe fusão entre PSP e GNR

“Só nas super-estruturas do comando geral da GNR e da direcção nacional da PSP nós íamos recuperar milhares de polícias para o serviço da rua”, argumenta António Augusto, dirigente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP).

Com a crise a dominar por completo a actualidade, o Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) propõe a fusão da PSP e da GNR, ideia que tem defendido nos últimos anos.
Se isso acontecesse, diz esta estrutura sindical, o Estado conseguia poupanças significativas e a actividade policial ficava a ganhar.
“Só nas super-estruturas do comando geral da GNR e da direcção nacional da PSP nós íamos recuperar milhares de polícias para o serviço da rua”, argumenta António Augusto, dirigente do SPP,  a título de exemplo.
O sindicalista diz que há uma “duplicação” em termos materiais, de formação e pessoal especializado na PSP e na GNR. “Só com este pequeno exercício de raciocínio, facilmente se pode concluir que teríamos a ganhar imenso com uma polícia nacional única”, sublinha.
A proposta para a fusão da PSP e da GNR, enquanto forma de poupar dinheiro, e melhorar o desempenho das polícias, é lançada no dia em que as quatro associações da GNR e os nove sindicatos da PSP foram recebidos no Ministério da Administração Interna, reuniões onde conheceram, mais em pormenor, as novas medidas de austeridade que também se aplicam às Forças de Segurança.

Garantidos mais dois mil novos elementos para a PSP e GNR

O Ministério da Administração Interna (MAI) garantiu hoje que os cursos para admissão dos dois mil novos elementos para as forças de segurança vai concretizar-se, apesar das medidas de austeridade.

11/10/2010

1000 PSP e 900 GNR em risco

Plano de austeridade do Governo pode travar admissões nas polícias pelo segundo ano.

A admissão de mil novos agentes na PSP e 900 militares na GNR, com início dos respectivos cursos já marcado para Janeiro, pode estar comprometida pelas medidas de austeridade que foram anunciadas recentemente pelo Governo, apurou o CM. Se assim for, 2011 será o segundo ano consecutivo sem entradas nas forças de segurança. Mas não só. Também a promoção nas carreiras de 1500 polícias, aprovada dias antes do plano de contenção de despesas, está em risco de não se vir a concretizar.
"As medidas são claras e dizem que até ao final de 2011 todos os concursos ficam suspensos, bem como as admissões. Sendo assim, nem vamos ter mil polícias nem 900 militares da GNR", lamenta António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP). Ao que o CM apurou, para hoje estão já marcadas duas reuniões com o Ministério da Administração Interna, em que os sindicatos e a Direcção Nacional da PSP vão ficar, finalmente, a conhecer as implicações reais que os cortes vão ter nas forças de segurança.
"Há esquadras com apenas um polícia. O défice de efectivos na PSP é grande. E temos de ver que este ano vão para a pré-reforma cerca de 300 polícias. Não podemos poupar na segurança", diz o presidente do SPP.
Se isto acontecer, será o segundo ano em que não há novas entradas nas forças de segurança. Recorde-se que os exames técnicos e psicológicos aos novos candidatos já estão a decorrer em Torres Novas, no caso da PSP, e em Portalegre, da parte da GNR. "Isto seria catastrófico para a GNR. É completamente impossível um novo ano sem novos militares para os postos. Há muitos que vão entrar para a reserva e isso será muito penoso para a GNR e para a segurança de todos os cidadãos", alertou ontem José Manageiro, presidente da Associação Profissional da Guarda (APG).
Além das reuniões de hoje, foi marcada para quinta-feira reunião entre todos os sindicatos da PSP e da GNR com o secretário de Estado da Administração Interna para discussão destes temas.
COMEÇA HOJE GREVE DE FOME
Quatro membros do Sindicato Unificado da PSP (SUP), incluindo o presidente, Peixoto Rodrigues, iniciam hoje uma greve de fome à porta do Ministério da Administração Interna, em Lisboa. O anúncio foi feito há uma semana, durante o primeiro dia de uma vigília organizada pelo SUP e pelo Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol). "A greve de fome é contra a injustiça nas graduações, por haver polícias a trabalhar mais de 180 horas mensais, e pelo grande atraso no reposicionamento nos escalões remuneratórios", explicou Peixoto Rodrigues.
PROMOÇÕES DÃO PROCESSO À GNR
Cinquenta oficiais superiores da GNR ameaçam mover um processo em tribunal contra o Comando--Geral, caso este não divulgue as listas para as promoções. Ao comando já chegaram os primeiros 25 requerimentos. De acordo com alguns deles, o comando não divulga os nomes desde 2008, estando por preencher vagas de 2007, 2008, 2009 e 2010. Ao que o CM apurou, em causa está ainda o facto de os oficiais se sentirem discriminados pelos que chegam da academia, "em vez dos oficiais de carreira".

10/10/2010

GNR «apanha» suspeito de tráfico

Detenção foi feita após três buscas domiciliárias, na localidade de Verdelhos


A GNR da Covilhã deteve este sábado um homem suspeito de tráfico e consumo de drogas e apreendeu cocaína e plantas de cannabis, adiantou à Lusa fonte daquela força de segurança.
A detenção do homem de 46 anos foi feita após três buscas domiciliárias num café e em duas residências na localidade de Verdelhos.
As buscas decorreram entre as 07h00 e as 10h20 e resultaram de uma investigação que já estava em curso, levada a cabo pela GNR do Teixoso.
No âmbito da operação, a GNR apreendeu 3770 euros em dinheiro, seis gramas de cocaína, oito plantas de cannabis e 254 gramas de folhas secas de cannabis.
Foi ainda apreendido material diversos para cultivo, produção e pesagem de estupefacientes, tais como uma balança digital, um moinho para produzir liamba e utensílios de jardinagem.
Juntamente com todo o equipamento, estavam instruções para plantar cannabis. O suspeito vai ser ouvido no Tribunal da Covilhã na segunda-feira, às 11:00.

Cortar nos excessos

Após anunciadas as medidas de austeridade por parte do Governo, em que prevalecem as reduções nos vencimentos, ficamos com a dúvida se terá efeitos reais na redução da despesa do País. 

É que, se bem nos lembramos, o congelamento das promoções e progressões em 2006 e 2007 em nada contribuíram para a redução do défice, bem pelo contrário. Estranho que este Governo utilize novamente a equação que nos colocou neste impasse e peça a estes funcionários públicos esforços e patriotismo.
No que diz respeito aos polícias, que vivem a crise mesmo antes de ela existir, estas medidas vão muito além de um pequeno esforço, tendo em conta o baixo ordenado que auferem.
Os congelamentos das progressões e promoções serão um golpe na estabilidade financeira de cada um. Ao invés de implementar estas medidas tão prejudiciais para os polícias e para o País, seria interessante ouvir o MAI propor a revisão dos acordos ruinosos, que o mesmo fez e que ainda estão em vigor, nomeadamente, com o avultado valor que paga pelo arrendamento de algumas instalações para as Forças e Serviços de Segurança a particulares, com as empresas de comunicações e mesmo com os meios aéreos.

Função Pública recebe em média menos 215 euros

(ACTUALIZAÇÃO) Tabela de redução salarial ontem divulgada contempla cortes mensais entre os 50 e os 420 euros.

Os trabalhadores da Função Pública que ganhem mais de 1500 euros por mês vão sofrer um corte mensal médio no seu ordenado de 215 euros. De acordo com a tabela dos cortes nas remunerações dos funcionários públicos (VER TABELA COMPLETA), divulgada ontem pelo Ministério das Finanças, a redução salarial variará entre os 50 euros - para um funcionário que receba 1500 euros (ilíquidos) - e os 420 euros, no caso de quem ganhe 4200 euros (ilíquidos). Segundo apurou o DN, a medida vai afectar um total de 490 mil funcionários: 390 mil trabalhadores das administrações centrais, locais e regionais e 100 mil afectos ao sector empresarial do Estado.

07/10/2010

PSP corta gastos com água, luz, telefone e deslocações

A Direcção Nacional da PSP emitiu uma ordem de serviço onde determina a redução das despesas com água, luz, correio postal, chamadas telefónicas e deslocações domésticas e internacionais.

No documento, citado pela edição online do Diário Económico, a Direcção Nacional da PSP determina uma redução de 10 por cento nos consumos eléctricos e de água, e de 20 por cento não que respeita aos gastos com papel, tonners, correio postal, chamadas telefónicas e utilização de fax.

A PSP vai também reduzir em 10 por cento os custos associados às deslocações em Portugal, «exceptuando as viagens de âmbito operacional e de formação», e diminuir em 50 por cento as despesas associadas às deslocações ao estrangeiro.

Rosinha diz que a esquadra da Póvoa não abriu por causa de atraso nos arranjos exteriores

A nova esquadra da PSP da Póvoa de Santa Iria só irá abrir em 2011. Não por falta de efectivos, mas porque as obras exteriores ainda estão por concluir, diz a presidente da câmara de Vila Franca de Xira.

A abertura da nova esquadra da Polícia de Segurança Pública na cidade da Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, está dependente da conclusão das obras no exterior do edifício mas ficará a funcionar normalmente até ao final de 2011.
A garantia é da presidente da câmara municipal, Maria da Luz Rosinha (PS), que garante que a falta de efectivos para a ocupar é um problema que não existe. “Neste momento a esquadra só não está a funcionar porque a câmara teve de reformular o projecto dos arranjos exteriores no espaço no sentido de lhe dar um enquadramento que consideramos obrigatório, pela dignidade das pessoas que lá vão trabalhar”, garantiu Maria da Luz Rosinha a O MIRANTE. A obra tem um custo que ronda os 100 mil euros. O projecto está concluído e a autarquia prepara-se para lançar o concurso.
A autarca garante ainda que pediu ao Ministério da Administração Interna que só abrisse as portas da nova esquadra quando tudo estiver concluído. “Por isso a falta de efectivos é um falso problema”, afirmou.
A presidente do município respondeu também às críticas do dirigente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), António Ramos, que disse a O MIRANTE que a divisão policial de Vila Franca de Xira tem um défice de 60 homens.
“Há mais de um ano o mesmo senhor dizia que nunca iria haver uma esquadra na Póvoa de Santa Iria. Afinal a esquadra está construída e revelou-se que isso não é verdade. Quando diz que a esquadra não abre porque não há efectivos não sabe do que fala. Ou então fala com recalcamentos”, reagiu.
O dirigente sindical António Ramos, recorde-se, disse ao nosso jornal que a divisão vilafranquense está “desfalcada” e que existem muitos serviços “reduzidos ao mínimo”. “Um piquete que deveria ter um efectivo de sete, oito homens, muitas vezes tem dois ou três elementos. A esquadra da Póvoa ainda não abriu por falta de efectivos”, disse.
A direcção nacional da PSP justificou o atraso da abertura com o facto de ainda não terem sido instalados os equipamentos necessários. A nova esquadra, com cerca de mil metros quadrados, distribuídos por dois andares, tem capacidade para albergar 120 agentes. Fica na rua Alcino de Oliveira e Silva, junto à escola EB1 da cidade e vai servir as freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. Terá as valências de Investigação Criminal e de Intervenção e Fiscalização Policial (piquete).
A nova esquadra irá ter também um balcão de atendimento ao público aberto 24 horas por dia, permitindo que a população evite deslocar-se a Alverca para efectuar denúncias ou obter informações.

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06/10/2010

Polícias pagam o dobro se comprarem fardas à direcção nacional

Os agentes da PSP gastam cerca de 200 euros na compra das fardas. Se a roupa for comprada em lojas civis, os agentes gastam cerca de 100 euros, ou seja, metade do preço das fardas quando compradas na Direcção Nacional da PSP.
“Tenho falado com vários elementos que nos dizem que a redução dos preços atinge o dobro”, disse António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, na edição em papel do Correio da Manhã.
Na maior parte dos casos, os agentes acabam por gastar mais dinheiros do que está previsto na compra das fardas uma vez que “um polícia tem de ter, no mínimo, duas peças de cada e muda consoante a estação”, sublinhou Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP).
A diferença nos preços é significativa, por exemplo, numa loja civil, um blusão custa 37,50 euros, enquanto que se for comprada na PSP o preço chega aos 111,40 euros. Por isso, António Ramos disse ao CM que “há colegas que fazem grandes deslocações para comprar nas lojas e mesmo assim dizem que fica mais lucrativo”.
Nesse sentido, há vários sindicatos da polícia a firmar protocolos com estas lojas para facilitar a compra de artigos mais baratos, certificados e de qualidade aos agentes.

05/10/2010

Blindados para PSP são compra "nebulosa"

A viabilização da audição vai acontecer já amanhã, quarta-feira, quando a Comissão de Direitos, Liberdades e Garantias votar um requerimento do PCP nesse sentido. Porém, a posição mais crítica é do CDS/PP, que considera "nebulosa" a opção de Rui Pereira de deixar nas mãos do Governo Civil de Lisboa o processo de aquisição. É essa a expressão usada pelo deputado Nuno Magalhães, ex-secretário de Estado da Administração Interna.
Em causa, o processo de aquisição de seis blindados para a PSP, englobado num pacote de compras de cinco milhões de euros, tendo em vista a cimeira da NATO, que se realiza em Lisboa, em Novembro. Trata-se de uma compra revelada dias antes de José Sócrates anunciar o "pacote" de austeridade.
No requerimento a solicitar a presença do ministro, o PCP nota que, "independentemente de juízos de valor" sobre a realização da cimeira no nosso país, o caso está a suscitar "grande indignação na opinião pública". Os comunistas sublinham "as restrições orçamentais que impendem sobre as forças de segurança" e "os duros sacrifícios que estão a ser impostos a muitos milhares de portugueses, em nome da situação financeira que o país atravessa".
Também o Bloco questiona, em pergunta dirigida ao ministério, a oportunidade da opção, uma vez que, lembra, "existem veículos com as mesmas características na GNR". Deverá, assim, viabilizar o requerimento do PCP.
Já quanto ao PP, habitualmente muito activo em matéria de segurança interna, Nuno Magalhães adiantou ao JN que tomará a mesma atitude. O deputado aguarda  explicações de Rui Pereira - "Queremos perceber bem o que está por detrás da opção", diz - mas há uma questão que lhe suscita estranheza: o facto de o processo de aquisição ser assumido pelo Governo Civil de Lisboa.
"É a primeira vez que vejo um Governo Civil ficar responsável por um processo de aquisição para as forças de segurança. É estranho", salienta Nuno Magalhães, que exige saber por que razão as verbas são disponibilizadas por aquela entidade. "Então o Governo Civil de Lisboa tem assim tanto dinheiro? Cinco milhões de euros para disponibilizar tão facilmente?", questiona.
Nuno Magalhães acrescenta ainda ter "a maior das dúvidas sobre a legalidade estrita e ampla" da atribuição do processo e da responsabilização pelas verbas ao Governo Civil. "Acho tudo isto, no mínimo, muito nebuloso", salienta.
O PSD ainda não assumiu uma posição pública sobre o assunto, mas, segundo fontes parlamentares, deverá também viabilizar o requerimento do PCP. Quanto ao PS, ninguém acredita que venha a contrariar a Oposição, tendo em conta as medidas drásticas anunciadas pelo Governo. A presença de Rui Pereira no Parlamento deverá ocorrer a meio da próxima semana.
"Saldos" do governo civil
Segundo informação do MAI, de 28 de Setembro, a verba para aquisição dos blindados - cinco milhões de euros - será suportada pelo orçamento do ministério, "recorrendo aos saldos de 2009 do Governo Civil de Lisboa, que irá desencadear o respectivo procedimento".
Características em dúvida
Vários partidos dispõem de informação sobre as características dos blindados da GNR e dos que se pretende comprar para a PSP. Trata-se de equacionar as necessidades reais de segurança interna, já que os blindados para a PSP - anunciados para uso interno, mas concebidos para intervenção militar no Iraque e no Afeganistão - têm níveis de protecção superiores aos da GNR.
O armamento
Os blindados da GNR, Iveco Protetto, estão dotados não de torres mas de "berços", que podem suportar desde metralhadoras pesadas calibre .50 a lança-granadas automáticos de 40 mm, à semelhança do que pode acontecer nos blindados para a PSP, usados com esta configuração no Iraque.

03/10/2010

Sindicatos processam polícias

O Sindicato Unificado de Polícia (SUP) e o Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) vão apresentar queixas--crime contra os responsáveis da PSP e da Polícia Municipal (PM) de Lisboa que autuaram os sindicatos por ocupação ilegal da via pública. Recorde--se que ambas as entidades estão em vigília, desde quinta-feira, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Segundo Peixoto Rodrigues, presidente do SUP, a vigília foi anteontem fotografada por elementos da PSP de Lisboa. "Posteriormente, a PM tentou reduzir o número de pórticos com faixas", explicou o dirigente sindical.
Os manifestantes viriam a ser autuados pela PM por ocupação ilegal da via pública. "Por tudo isto vamos avançar com processo-crime contra as pessoas da PSP e PM por atentado ao direito de manifestação", concretizou Armando Ferreira, presidente do SINAPOL.