26/03/2013

O POLÍCIA

Faixa publicitária

12/03/2013

Crónicas de um polícia

DNoticias.pt


Ficámos a olhar uns para os outros, atónitos, sem percebermos muito bem o que tinha acontecido


Sempre coloquei elevado sentido de responsabilidade na minha actividade policial, por isso, aquilo que para alguns poderia parecer uma insignificância, para mim fazia sentido questionar, pôr em causa, tentar entender, interferir, etc.
Uma noite, seriam cerca das 04h da madrugada, desempenhava eu as funções de arvorado do carro patrulha, fazia a segurança à cidade conjuntamente com os meus colegas, motorista e tripulante, quando, ao passarmos numa determinada rua, verifiquei que uma viatura ali estacionada tinha o vidro da porta do lado do condutor aberto.
O meu lado zeloso e proactivo levou-me a concluir que algo tinha de ser feito, até porque a viatura encontrava-se em condições de segurança muito frágeis. Desta forma, com as referências da matrícula da viatura, com a ajuda da Central Rádio e dos recursos informáticos ao serviço da Policia, consegui saber onde residia o proprietário do veículo, e, animado pelo sentido do dever, no pressuposto que este cidadão iria ficar reconhecido à Policia pela dedicação, zelo e preocupação com o património, toquei à campainha no andar correspondente, sem que inicialmente alguém do outro lado respondesse.
Após alguma insistência, finalmente, alguém, com notória voz de sono, interroga através do intercomunicador: "Quem é?"  Respondi: "Boa noite, desculpe incomodar, é a Policia. É que o senhor deixou a sua viatura estacionada com o vidro aberto, era só para o informar."  Ao que aquele cidadão retorquiu:  "E qual é o problema? Isto são horas de chatear as pessoas? Se tem o vidro aberto o problema é meu…" click… (desligou o intercomunicador).
Ficámos a olhar uns para os outros, atónitos, sem percebermos muito bem o que tinha acontecido. Quase automaticamente dirigimo-nos para o carro patrulha e retomámos a rotina que nos estava incumbida. Não esperávamos nem beijos nem abraços daquele cidadão, mas esta sua ingratidão deixou-nos a meditar todo o resto do turno. Durante algum tempo o silêncio que se gerou entre nós indiciava o mal-estar que aquela situação tinha provocado. Pensei na vida, repensei, voltei a pensar. Julguei-me um inútil, desmenti-me, repreendi-me, aplaudi-me, confortei-me, irritei-me, acalmei-me… enfim.
Ainda assim, até ao final do turno ainda passámos uma meia-duzia de vezes junto àquela viatura, tentando garantir-lhe os mínimos de segurança, e pese embora as mossas que estas lições de vida nos provocam o sentido da responsabilidade fala mais alto, e o "bichinho" da segurança aos outros vai-se alimentando das coisas boas que também nos vão acontecendo. Depois deste episódio outras situações idênticas nos aconteceram, voltámos a tocar à campainha, felizmente com desfechos mais felizes, que nos encheram de novo o ânimo e a dedicação à causa pública!

2300 forçam saídas da Polícia e Guarda

Dois mil e trezentos elementos querem sair da PSP e GNR, respetivamente 1000 e 1300.

E, por isso, já se candidataram à pré-reforma - reserva no caso da GNR - à espera que o Ministério da Administração Interna lhes dê autorização para deixarem o trabalho operacional. Para já as condições passam por ter pelo menos 55 anos de idade ou 36 de serviço. A lista, segundo o Sindicato dos Profissionais de Polícia, é grande, porque todos os anos são "muito poucos" os que recebem autorização para a pré-reforma. 

No entanto, no final do ano passado, o Governo apresentou uma proposta, já a aplicar no decorrer de 2013, no sentido de que os papéis para a pré-reforma possam ser só metidos quando os polícias tiverem 57 anos. "Vamos ficar com uma polícia muito envelhecida. Aos 55 anos, os polícias já não têm os reflexos apurados como se devia ter nesta profissão. Não é fácil trabalhar por turnos, à chuva, ao vento, ao calor. Cada ano que passa é pior. O Governo deve apostar em novos elementos, mais jovens e que possam dar respostas ao trabalho", afirma António Ramos, presidente do SPP/PSP.

Esta opinião é partilhada por César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, que também considera que os postos territoriais da GNR vão sair afetados. "Estamos atualmente com défice de militares. Não podemos comparar estes homens e mulheres com os funcionários públicos, uma vez que estamos a falar de muitas mais horas que eles prestam de serviço a cada dia", refere o sindicalista ao CM

Por decidir está também o ingresso de agentes e militares nas duas forças de segurança neste ano. Está prevista a entrada de 500 novos elementos para a PSP e de 300 para a GNR, mas o MAI ainda não garantiu às forças de segurança as novas entradas.

Convocatória

Convocatoria32013

02/03/2013

Sindicato dos Profissionais da Polícia critica Mário Figueiredo

DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DA LIGA EM CAUSA - Record

 
O Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP-PSP) criticou esta terça-feira o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), pelas suas declarações após os incidentes no encontro entre as equipas B do V. Guimarães e do Sp. Braga.

"O SPP quer desde já deixar claro que as forças de segurança são as únicas que têm formação adequada para garantir a segurança pública. As empresas contratadas pelos clubes são, de acordo com a lei, um complemento das autoridades e não os seus substitutos", lê-se num comunicado da associação sindical da Polícia de Segurança Pública.

No domingo, em conferência de imprensa, o presidente da LPFP, Mário Figueiredo disse que "não cumpre aos clubes financiar, com pagamentos de horas extraordinárias, um número exorbitante de forças de segurança pública".

"Não podemos ter 150 polícias nos estádios quando 30 são suficientes. É o exagero do número de polícias afetos aos jogos que tem compelido alguns clubes - talvez com maiores dificuldades financeiras - a abdicar do policiamento", argumentou o dirigente.

O SPP considera que "o presidente da Liga está claramente fora da realidade" e lembra que "um jogo entre o Braga e o Guimarães, infelizmente, é sempre um jogo de alto risco por razões históricas de rivalidade". "Mesmo com mil adeptos presentes, 30 polícias serviriam para quê? Vigiar as portas de entrada, auxiliar nas revistas, zelar pela segurança da equipa de arbitragem, dos jogadores, dos dirigentes e dos adeptos visitados e visitantes, faz-se com esses elementos? Pura demagogia de quem, certamente, não sabe do que fala", refere o comunicado do SPP.

O sindicato considera que se está "a falar de um policiamento pago ao 'preço da chuva'" e que "os polícias requisitados para fazer a segurança aos eventos desportivos são aqueles que menos ganham entre todos os intervenientes". "Enquanto um polícia ganha 38 euros por quatro horas de serviço, os restantes intervenientes (árbitros, técnicos e os desportistas) ganham centenas, para não dizermos milhares de euros, em apenas 90 minutos", lê-se.

O SPP conclui que "pensar que se vai desviar meios da via pública para policiar de graça eventos de caráter particular que geram chorudos lucros é querer prejudicar todos os restantes cidadãos".

No domingo, o árbitro portuense Hugo Pacheco recusou reatar o jogo entre Vitória de Guimarães B e Sporting de Braga B, interrompido aos oito minutos devido a cenas de violência entre os adeptos dos dois clubes da 2.ª Liga.

SPP-PSP Repudia Declarações Do Presidente Da Liga Portuguesa De Futebol Profissional


O SPP quer desde já deixar claro que as forças de segurança são as únicas que têm formação adequada para garantir a segurança pública. As empresas de segurança contratas pelos clubes são, de acordo com a Lei, um complemento das autoridades e não os seus substitutos. Quanto ao rácio de polícias para cada jogo de futebol, o presidente da Liga está claramente fora da realidade: um jogo entre o Braga e o Guimarães, infelizmente, é sempre considerado de alto risco por razões históricas de rivalidade. Mesmo com apenas mil adeptos presentes, 30 polícias serviriam para quê? Vigiar as portas de entrada, auxiliar nas revistas, zelar pela segurança da equipa de arbitragem, dos jogadores, dos dirigentes e dos adeptos visitados e visitantes, faz-se com esses elementos? Pura demagogia de quem, certamente, não sabe do que fala.
A legislação sobre segurança no futebol profissional apenas passou a tratar os clubes como qualquer cidadão ou empresa que solicite os serviços remunerados – feitas fora das horas normais de trabalho – da PSP ou GNR. Acresce, ainda assim, que estamos a falar de um policiamento pago "ao preço da chuva". Os polícias requisitados para fazer a segurança aos eventos desportivos são aqueles que menos ganham entre todos os intervenientes no espectáculo: dirigentes, equipas técnicas, árbitros e futebolistas. Enquanto um polícia ganha 38 euros por quatro horas de serviço, os restantes intervenientes (árbitros, técnicos e os desportistas) ganham centenas, para não dizermos milhares de euros, em apenas 90 minutos. Este tipo de afirmações são dispensáveis e em nada contribuem para a segurança dos espectadores dos espetáculos desportivos, muito pelo contrário. E pensar que se vai desviar meios da via pública para policiar de graça eventos de carácter particular que geram chorudos lucros é querer prejudicar todos os restantes cidadãos.