05/06/2011

Maioria dos agentes da PSP em Faro «de baixa»

Elementos policiais estão contra o novo regime de horários, mas comandante garante que o serviço está assegurado

(Foto Cláudia Lima da Costa)Elementos policiais da esquadra da PSP em Faro recorreram à baixa médica, férias e assistência à família para protestar contra o novo regime de horários, mas o comandante Vítor Rodrigues garante que o serviço está assegurado, escreve a Lusa.

Dos 37 elementos policiais da 1.ª Esquadra Sede da PSP de Faro, «a maioria meteu baixa, assistência à família ou dias de férias como forma de protesto contra os horários propostos pela Direcção Nacional da PSP», disse sábado o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP), António Ramos, à Agência Lusa.
Entrevistado telefonicamente, o intendente Vítor Rodrigues, responsável pelo Comando de Faro, garantiu que «o serviço está assegurado por elementos da esquadra» e que «não há elementos de outras esquadras a tapar buracos».
Adiantou que «no Comando as coisas estão pacíficas. Não há um protesto generalizado e a maioria dos agentes não se revêem nesta posição de protesto», afirmou o intendente.
No grupo desta noite deveriam estar sete elementos da 1.ª esquadra a trabalhar, mas um dos elementos está de férias, outro meteu assistência à família e dois baixa médica, ficando três a trabalhar.
O intendente Vítor Rodrigues disponibilizou-se para o diálogo de novas propostas: «sempre se falou e estou aberto ao diálogo».
Um dos elementos policiais da esquadra de Faro que aderiu ao protesto, mas que prefere reservar a identidade, contou à Agência Lusa: «Os horários que nos são propostos não permitem conciliar a vida profissional com a familiar.
Estão a obrigar-nos a trabalhar oito dias seguidos e a descansar dois e só temos um fim-de-semana de quatro em quatro meses».
Segundo António Ramos, «há polícias a fazer dois turnos num dia e a ficar a dever 70 horas à PSP», horas essas que podem ser trabalhadas quando o comando assim o exigir.
A acção de protesto da PSP de Faro começou sexta-feira às 14:00 horas e vai prolongar-se pelo fim-de-semana das eleições legislativas, com o objectivo de «permitir estabelecer um diálogo mais proveitoso com a cadeia hierárquica», contou à Lusa um outro agente da PSP, que também prefere não ser identificado, mas que aderiu à acção de protesto.
No final de Maio passado, os polícias manifestaram-se em Lisboa contra o novo estatuto profissional, protesto que uniu pela primeira vez em 20 anos as nove estruturas sindicais da PSP.
O atraso de colocação nos escalões remuneratórios ou a facto de faltarem viaturas para trabalhar, por haver meios avariados ou com falta de irem à inspecção, são outras das críticas levantadas.
Hoje há uma operação nacional de fiscalização e o intendente Vítor Rodrigues reiterou que o serviço está assegurado.
O protesto de agentes da PSP de Faro foi marcado após uma convocatória afixada num «placard» da esquadra de Faro com o título «reunião de chá». Dessa reunião foi decidido avançar para um protesto recorrendo a baixas médicas, à semelhança dos agentes da PSP de Braga.
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