03/11/2011

Manual de sobrevivência às portagens

Já fomos taxados! Eis como tentámos passar durante um aguaceiro por entre os pingos de chuva. Ou seja, queríamos ter sol na eira e chuva no nabal. Andámos pela A23, mas testámos algumas fugas possíveis aos pórticos. Um entra e sai que é bem capaz de arruinar a paciência a quem queira poupar
OUTRO tumulto sem precedentes. Tomamos-lhe o gosto! Não nos levem a mal. O prato do dia de hoje é gincana, drible aos pórticos de cobrança de portagens, o passe para as vias alternativas, as assistências fatais para alguns disparates e erros de cálculo da rota e cada golo celebrado como se fosse o primeiro da carreira. Ou seja, por cada pórtico evitado, uma incomensurável sensação de dever cumprido. Já repararam que parecem balizas?
Este é um vê se te avias de entradas e saídas, algumas com o modo redundante activado; o asfalto, mais uma vez, como laboratório. Nós não queríamos, mas as finanças têm destas coisas. Economia dixit. E nós obedecemos aos ditames macro e fazemos escapatórias micro. Temos que pagar portagens? Teremos, eventualmente. Podemos encontrar escapatórias, aproveitando ao máximo a A23? Sim, eventualmente! Preparemo-nos, pois, para uma reportagem de serviço público. Como tal, perdoem-nos os cofres do Estado, o défice e a troika - com a devida vénia a todos, claro.
Ponto prévio: muna-se de paciência e resiliência e prepare-se para um misto de A23, nacionais, ex-ip´s e quejandos. Sem preparação, apenas com um mapa da localização dos pórticos de cobrança na A23 e uma portentosa fé de que não seríamos taxados. Nós dissemos “fé”? Não! Autoconfiança. Nós conhecemos isto de fio a pavio, tratamos os pórticos por tu, as portagens por “vossa excelência”, em ditosa reverência, que não é mais do que uma desejada distância, e as nacionais por “companheiras”. Sabemos onde sair, onde entrar... temos mapa e know how. O que pode falhar? Nada!
Ninguém nos apanha a pagar portagens! Somos inteligência em estado puro, combatentes pelo asfalto livre... Blá, blá, blá... Prosápia! Fomos logo apanhados no primeiro pórtico, na Guarda. Primeiro tiro, primeiro melro. E se já estivessem operacionais, a carta com o devido papelinho da cobrança já estava no correio a caminho de casa.
Escolhamos, pois, o caminho da virtude, o trilho da modéstia. Expliquemo-nos, caro leitor. Com base nos pórticos de cobrança instalados na A23, a nossa aventura passou por tentar aproveitar ao máximo a auto-estrada, sem, no entanto, ter que passar pelos pórticos de cobrança já instalados.

Toda a reportagem na edição semanal.

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