28/06/2012

Investigação Criminal pode estar comprometida

Imagem do comandante é importante para a polícia

 Investigação Criminal pode estar comprometida

(A ASPP/PSP está preocupada com os meios e a eficácia da polícia) reconquista

A qualidade do serviço desenvolvido pela Esquadra de Investigação Criminal (EIC) do Comando da PSP de Castelo Branco pode estar comprometida, segundo reconhece o presidente da Associação Sócio Profissional da Polícia (ASPP/PSP). Paulo Rodrigues reuniu com os órgãos distritais daquela estrutura sindical, para “fazer uma análise dos problemas específicos de Castelo Branco, se bem que não são muito diferentes dos comandos da PSP do resto do país”. Um dos capítulos preocupantes refere-se à Investigação Criminal. “Há uma viatura descaracterizada que está parada, na Esquadra da Covilhã, mas há outras a circular no limite, por falta de capacidade orçamental para reparações. Quando as viaturas são essenciais para um bom serviço, são dos equipamentos que fazem mais falta para um serviço eficaz e de qualidade”, explica Paulo Rodrigues. Mas o desfalque dos meios materiais não são os únicos a preocupar, pois “a falta de meios humanos também reforça a perda de eficácia e qualidade do serviço”. Em Castelo Branco, nos últimos meses, a EIC perdeu já três, que foram mudados para outros serviços, ou seja, perdeu tantos homens quantos, normalmente, forma uma equipa. “A EIC faz um serviço extremamente importante, especializado e com provas dadas, pois apresenta resultados, quer em número, quer em qualidade. Retirar-lhe elementos é desvalorizar um dos serviços mais importantes da PSP”, esclarece Paulo Rodrigues, acrescentando que “esta é uma preocupação também para a população, que percebe estas fragilidades. E a redução deste tipo de efetivo também pode por em causa a resposta de um serviço tão específico”. Esta situação tem-se agravado com o alegado mau estar que se tem vivido no Comando de Castelo Branco da PSP. “Este mau estar também preocupa a ASPP/PSP. Temos recebido reclamações de polícias, mas também de cidadãos, sobre a forma como o comandante de Castelo Branco exerce a sua tarefa. Já transmitimos essas preocupações ao diretor nacional, de quem esperamos uma atenção e resposta adequada ao problema. Queremos transmitir confiança à população, não só através dos comportamentos dos agentes policiais que andam na rua, mas também através da figura do comandante. Se houver uma má imagem do comandante na região não é benéfico nem para a polícia, nem para a segurança dos cidadãos”, reconhece Paulo Rodrigues. Castelo Branco tem agora instalações dignas para os polícias e para os cidadãos, “mas os problemas da polícia não são só meios físicos e materiais, os meios humanos também importam”. A dificuldade financeira leva também a que haja outro tipo de desgaste, também ao nível do material informático, com prejuízo dos serviços administrativos. A isto junta-se a média de idades no Comando de Castelo Branco da PSP, “muito avançada, tal como é característica dos comandos do interior, o que também prejudica uma polícia que se quer avançada, dinâmica e proativa”. Paulo Rodrigues espera que o Ministério da Administração Interna inicie de novo o diálogo com a ASPP/PSP, que terminou em janeiro. “Se o silêncio da tutela significa ignorar os polícias e os problemas que evitam um trabalho de excelência, podemos sair de novo à rua em protesto”, avança o presidente da ASPP/PSP. 
Lídia Barata

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