21/09/2012

Janete Pires tentou impedir julgamento


 
O advogado de defesa de Janete Pires, prostituta apontada como a alegada cabecilha de uma rede de extorsão de homens, que hoje começou a ser julgada no Tribunal da Covilhã, pediu no início da sessão a nulidade do processo, mas o requerimento, tal como o recurso, foram indeferidos pela presidente do colectivo de juízes.

Paulo Geifão contestou ter sido o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras a investigar o caso, para o qual considera não ter competência, em vez da Polícia Judiciária, mas o procurador do Ministério Público explicou que o coordenador da PJ deu o seu aval, referiu que durante a fase de inquérito nunca se colocou tal conflito e, caso a justificação fosse atendível, o prazo para contestar já foi ultrapassado.

À primeira sessão compareceram nove dos dez arguidos. Mário Serrano faltou, o que levou o tribunal a ordenar a detenção para que seja levado a julgamento escoltado.

Homem que ficou sem 400 mil euros ouvido sexta-feira

Durante a manhã foi lida a acusação, onde é dito que “o grupo actuava em conjugação de esforços com intuito lucrativo”, é feita referência a Janete Pires, de 39 anos, como a responsável pela “estrutura de comando” da rede de extorsão, que seduzia homens e, com a ajuda de Ricardo Madaleno e Mário Serrano, “com ameaças à sua própria vida e património”, se apropriava de avultadas quantias.

A Francisco Casteleiro, chefe da PSP da Covilhã, é apontada a “ importante participação” em “vários esquemas” de Janete. Nomeadamente através da obtenção de dados das vítimas. Segundo a acusação o polícia residente do Fundão indicava os homens com posses e o valor que a prostituta devia extorquir.

À tarde foi ouvida a única arguida que manifestou intenção de falar. Isabel Gregório, bancária, reconheceu ter facilitado transferências da conta das vítimas, por ter acreditado nos motivos invocados por Janete Pires, admitiu terem-lhe sido oferecidos 50 euros e depois mais cem e concedeu não ter respeitado as regras internas do banco nas operações.

O homem alegadamente vítima do maior valor extorquido, cerca de 400 mil euros, acabou por já não depor no primeiro dia, estando previsto ser ouvido amanhã.


(Mais informação na próxima edição impressa)

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