01/12/2010

Segurança: Principais sindicatos marcam concentração em frente à residência do primeiro-ministro a 14 de dezembro

Os principais sindicatos dos serviços e forças de segurança decidiram hoje realizar a 14 de dezembro uma concentração em frente à residência do primeiro-ministro para manifestarem preocupação com o 'desinvestimento' previsto para o sector no próximo ano.

A Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que hoje esteve reunida, quer sensibilizar José Sócrates para os problemas que as medidas de austeridade podem causar na segurança pública.

O secretário nacional da CCP, Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que a estrutura, de que fazem parte os sindicatos e associações mais representativos do setor da segurança interna, entregou no início do mês ao chefe do Governo uma moção, na qual alertava para o 'desinvestimento no sector e pedia uma reunião a José Sócrates.

Paulo Rodrigues lamentou que o primeiro-ministro tenha encaminhado os sindicatos para os respetivos ministérios.

“A CCP solicitou a reunião ao primeiro-ministro precisamente devido à ausência de diálogo construtivo e da falta de competência dos diversos ministérios que tutelam as forças e serviços de segurança para responder”, adiantou, justificando que ao nível das Finanças “não têm capacidade para alterar o orçamento”.

Nesse sentido, os principais sindicatos dos serviços e forças de segurança voltam a apelar ao chefe do Governo para os receber e decidiram realizar a 14 de dezembro uma concentração em frente à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, para sensibilizar José Sócrates para os problemas do sector.

“A segurança pública em Portugal vai ficar mais pobre em 2011 e mais parecida com o passado”, disse Paulo Rodrigues, acrescentando que a CCP vai desenvolver outras ações de protesto caso os seus representantes não sejam recebidos por Sócrates.

Paulo Rodrigues, também presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), adiantou que a PSP entrará em défice de 86 milhões de euros a partir de novembro do próximo ano, não tendo dinheiro para pagar salários a partir dessa data.

No entanto, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, já garantiu, no Parlamento, que haverá dinheiro para o pagamento dos salários na PSP em 2011.

Fazem parte da CCP a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Associação Sócio-Profissional da Polícia Marítima (ASPPM), Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF), Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) e Associação Sindical dos Funcionários da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASF-ASAE).

A APG, ASPP e SCIF/SEF são tutelados pelo Ministério da Administração Interna, a ASPPM pelo Ministério da Defesa, o sindicato dos guardas prisionais pelo Ministério da Justiça, enquanto a Associação Sindical dos Funcionários da ASAE é tutelada pelo Ministério da Economia.

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