19/09/2011

“Polícia escolhia os alvos”

Covilhã: Rede de extorsão desmantelada há cinco dias
Janete Pires, a brasileira que liderava uma rede de extorsão desmantelada na última quarta-feira pelo SEF, afirmou que foi o chefe da PSP da Covilhã, Francisco Casteleiro, quem lhe forneceu os dados de alguns dos "alvos que viria a atacar".
Em declarações ao CM, Francisco Casteleiro, 54 anos, desmente todas as acusações: "Nos últimos três dias fui julgado, condenado e crucificado na Comunicação Social, mas dediquei a minha vida à lei e à justiça e estou certo de que o meu nome vai sair limpo no fim de tudo isto. Até lá, vou andar de cabeça erguida, porque não fiz nada."
O chefe da PSP da Covilhã garante que "é tudo mentira". "É uma cabala contra mim e mais alguém", assegura, sem adiantar nomes. Defende que "a única razão" que levou à sua detenção foi o facto de "ser polícia, porque não há nada que me envolva nesta situação, apenas conhecia as pessoas, e porque há alguém no SEF que está ansioso por mostrar serviço."
As declarações de Francisco Casteleiro contradizem o testemunho de Janete Pires, que, segundo fonte ligada à investigação, garantiu que num dos casos foi o chefe da PSP quem lhe disse que a vítima tinha "muito dinheiro, máquinas e quintas" e até tinha "dinheiro enterrado. Disse para investir nele que não faltaria dinheiro".
Numa outra situação, de acordo com a denúncia da mulher, o "chefe Casteleiro telefonou para o BES a fazer-se passar por outra vítima", enquanto ela se apresentava ao balcão como filha da pessoa que tentava extorquir, através de uma transferência de 7300 euros.
A recompensa do chefe da polícia seria, como afirmou ao juiz, o pagamento de "uma comissão, consoante o dinheiro que conseguiria obter, mas de pelo menos 700 a 800 euros por mês", quantias essas que seriam entregues em tranches, inclusive "no seu gabinete, na esquadra da Covilhã".
Por:Alexandre Salgueiro

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